Se você não está confuso com a economia é porque não está prestando atenção

Muito se fala sobre a possibilidade de pegar aquele dinheiro “parado”, que fica em uma poupança ou mesmo embaixo daquele colchão velho e investir, certo? Mas ao fazer isso, como nos tornamos bons investidores? 

E ao tomar essa iniciativa poucos sabem quais são os riscos e as estratégias na hora de investir, ou então, o que é um bom investimento. Ainda mais atualmente, já que estamos em um momento particular dentro da economia em que todo o mundo parece estar virado de cabeça para baixo! 

Pensando nisso, conversamos novamente com Márcio Placedino, o co-fundador e CTO da Toro, uma plataforma de investimentos do Grupo Santander, que adquiriu a Mobills e a Monetus visando completar seu portfólio de serviços e ampliar sua atuação no Brasil.

Ficou interessado? Quer entender mais sobre o que bons investidores fazem e a situação do mercado de investimentos atuais? Então nosso bate-papo está disponível em todos os players acima, e o vídeo no nosso canal do YouTube!

O planejamento estratégico de bons investidores 

Bom, desde nossa última conversa com Márcio, em dezembro de 2020, muita coisa mudou. A começar pelo fato de que ninguém estava preparado para a pandemia, que alterou todas as configurações dentro e fora do mercado. 

Ora, se há pouco tempo a preocupação era em como enfrentar a pandemia, hoje é não só sobre como se reerguer desse cenário, mas também em como se preparar para novos contextos, como o da guerra na Ucrânia. 

Além disso, se naquela época a taxa selic estava a 2%, hoje os índices já apontam um aumento percentual de mais de 10%, com a taxa a 13,25%.  

Essa taxa é um instrumento do BC para controlar a política monetária do país. É uma ferramenta que possibilita o controle dos preços dos bens que nós temos acesso, como aquela banana do mercado, ou mesmo o nosso carro dos sonhos.  

Mas porque quando pensamos em um bom investimento isso tudo entra na discussão? 

É o seguinte, ao investir um dinheiro estamos querendo que ele tenha uma boa rentabilidade, ou seja, que a quantidade inicial seja multiplicada com o passar do tempo. 

Entretanto, se a inflação sobe mais do que o seu dinheiro investido multiplica, isso significa que não há a correção do seu poder de compra.  

Exemplificando o que é poder de compra

Imagine que você fez um investimento em janeiro, com a intenção de resgatá-lo em dezembro. Durante esse período a inflação subiu. Logo, o preço médio das coisas aumentou.

Passados os meses, você retirou seu dinheiro. Porém, se deparou com o fato de que, quando você fez o investimento, com R$100 reais você comprava leite, carne, arroz, feijão e frutas e, agora, só consegue comprar carne e arroz.

Considerando que você não fez uma boa escolha de investimento, ouviu alguns amigos que não sabem muito do assunto e optou por segui-los. Consequentemente, você até teve algum rendimento, mas a alta da inflação foi maior.

Ou seja, como o seu dinheiro investido não rendeu nem a quantidade necessária para o reajuste da inflação, você perdeu poder de compra.

E é por isso que o planejamento estratégico, considerando o tempo em que se pretende deixar o dinheiro rendendo, é fundamental para os investimentos. Isso diminui as chances de você cair numa cilada e acabar perdendo dinheiro. 

O mundo de cabeça para baixo e os investidores de cabelo em pé

Que a cada dia que passa sentimos que o mundo fica mais estranho nós já sabemos. É pandemia, guerra, polarização em eleição, tanta coisa que o artigo todo poderia ser só citando essas situações. 

E, se fizéssemos isso, quando chegássemos no final com certeza alguma informação já estaria desatualizada… E isso é um pouco do que significa viver nessa era das informações. 

Na hora de investir, as informações valem ouro! E o mundo de cabeça para baixo com certeza deixa os investidores de cabelo em pé, já que fica ainda mais difícil prever os movimentos do mercado.

Mas e atualmente, qual é a configuração do mercado? 

O mercado de investimentos atual

Se tivéssemos que descrever a situação atual, uma metáfora que se encaixaria seria a de um céu cheio de nuvens. Ou seja, é difícil imaginar com exatidão os rumos que nossos investimentos terão, ou qual a melhor alternativa ao investir. 

Na análise de nosso convidado, o mercado de investimentos atual tem uma remuneração atrativa e livre de riscos. Porém, com um cenário turbulento, que pode mudar rapidamente. 

Aumento da concorrência: as guerras da tarifa zero 

Mesmo com essa dificuldade em prever ou entender o nosso redor, já em 2020 Márcio anteviu um aumento de concorrência no mundo dos investimentos. Essa mudança faria com que as corretoras tivessem postura mais radical para ganhar mais clientes. 

E é isso que a gente vem notando no mercado atual!

Várias corretoras, como a Toro e a XP Investimentos, em vista dessas condições, passaram a oferecer uma tarifa zero em vários tipos de aplicações. O crescimento dessas posturas cria o que chamamos de “guerra da tarifa zero”. 

Apesar da palavra “guerra” estar no meio dessa definição, a máxima de que em uma guerra os dois lados perdem não se efetiva. Afinal, são as empresas que passam a disputar entre si quem consegue ofertar um serviço melhor. 

Se em período de guerrilhas os prisioneiros de guerra eram comuns, no período da “guerra de tarifas”, o foco é em “roubar” os clientes das concorrentes! 

Porém, muitas vezes as companhias usam de estratégias baixas para aumentar somente sua lucratividade, e não a qualidade do serviço. E é por isso que o olhar atento se faz imprescindível para que consigamos achar um meio termo entre ficar sempre só com uma mesma empresa, por conforto, e sair aceitando a primeira proposta que parecer melhor. 

Como já dizia Aristóteles, a virtude está no meio! E quando se tratam de investimentos isso não seria diferente.  

Como resultado disso, muitos investidores optam por aplicações tidas como mais seguras, como a renda fixa. Ou então, procuram corretoras de investimentos, para que essas empresas façam a filtragem e a análise do mercado, oferecendo melhores opções aos clientes.

A escolha da corretora

As corretoras são empresas que devem oferecer investimentos adequados para cada um dos seus investidores. Elas têm que considerar o quanto o cliente está disposto a investir, a se arriscar e o tempo que ele deseja deixar o dinheiro aplicado.

Contudo, é importante considerar se você quer ou não realizar o investimento por meio de uma corretora. Investir em bancos ou em corporações são outras opções. 

Quando estamos escolhendo a corretora precisamos ficar atentos com a segurança que ela oferece, sendo uma boa dica pesquisar sobre a reputação e as características dessas empresas.

Além disso, vale avaliar as vantagens e desvantagens de cada aplicação disponível, já que tudo isso irá influenciar na rentabilidade do seu investimento.

Se para você é importante que o seu investimento esteja vinculado com uma conta corrente talvez uma alternativa melhor sejam contas em bancos como o inter ou o C6 invest, que possuem ferramentas de aplicação. 

Outra questão que também pode ficar em evidência na hora dessa escolha é em relação à criptomoedas. Isso acaba mostrando uma desvantagem das corretoras, que muitas vezes não oferecem a opção de investir em criptomoedas.  

No caso da Toro, a proposta é que sejam oferecidos ao cliente vários tipos de investimentos, com uma novidade da corretora que é a possibilidade de cashback. 

Cashback é importante para a escolha?

Essa palavra gringa que vem aos poucos se enraizando no vocabulário do povo significa nada mais nada menos do que a possibilidade de fazer uma compra e receber parte do dinheiro de volta.  

Logo, a possibilidade de cashback em cima de seus investimentos é um exemplo de vantagem que pode ser considerada no momento de escolher sua corretora, caso essa seja a alternativa que mais se encaixa para você. 

No caso da Toro, a novidade do cashback tem alguns critérios, sendo garantido para aplicações em fundos de investimento e com aporte mínimo de 500 reais. Alguns fundos também estipulam uma movimentação mínima de 100 reais, e é importante prestar atenção nesses detalhes! 

 

Conhecendo seu perfil de investidor

Em dezembro de 2020 Márcio trouxe uma frase que ainda se mostra muito útil quando pensamos em investir: “o maior risco, quando se tratam de investimentos, é não tomar risco nenhum”. Mas o que isso quer dizer?

Que os riscos fazem parte dos investimentos todo mundo sabe! Então os investidores precisam se avaliar em relação ao quanto estão dispostos a arriscar.  

E aqui nos deparamos com outra estratégia fundamental: mapeie seu perfil de investidor e a fonte das suas informações na hora de começar a investir. 

Se antigamente um grupo pequeno de pessoas tinha acesso ao mundo dos investimentos e as informações eram escassas, hoje o problema é outro: temos informações para dar e vender, mas nem todas são de fontes confiáveis. 

Então precisamos filtrar o conteúdo que estamos consumindo. Necessitamos tornar nossas escolhas de investimento mais racionais. 

Não é só porque o canal do youtube de fulano é legal que necessariamente todas as dicas e as informações que ele trás são verdades incontestáveis. Muitas vezes, por debaixo dos panos, as dicas mais sensacionalistas são só propagandas de outras empresas, não trazendo aprendizados e reflexões relevantes! 

Esse tipo de autoconhecimento minimiza a possibilidade de você entrar em um investimento no qual você não suporta o risco. Além de diminuir também a frustração que pode vir com um investimento mal sucedido. 

 

Os riscos e as estratégias do jogo de apostas que é investir 

Bons investidores devem se manter atentos às notícias e saber o que acontece ao seu redor. 

É nesse sentido que Márcio chama a atenção para a necessidade de refletir sobre o momento em que estamos vivendo, numa tentativa de melhorar a forma como se investe.

Ainda, é importante não se basear apenas nas tendências passadas de uma ação e tomar esse comportamento como verdade para o que vai acontecer no futuro.

Ficou difícil de entender né? Então vamos explicar

Dois ótimos exemplos para entendermos isso de uma maneira mais concreta são as criptomoedas, como o bitcoin, e os investimentos em fundos imobiliários.

Criptomoedas

No primeiro caso, das moedas digitais, apesar delas terem vivenciado um momento de alta muito marcante, essa tendência não se perpetua mais, tendo uma desvalorização de cerca de 75% do valor. 

Fundos Imobiliários

Já com os fundos imobiliários, o que acontece é que as alguns investidores interpretam seu funcionamento como o de um investimento em renda fixa, sendo que não é bem assim que essa aplicação de fato funciona.

Além disso, a própria renda fixa, que é muitas vezes entendida como a medida mais segura ao investir, dependendo da aplicação ou do horizonte temporal também pode oferecer riscos! 

Isso tudo nos leva à seguinte conclusão: “apostar no timing do mercado é perigoso, e para se proteger disso a melhor opção é estar ciente dos riscos”. Nosso convidado ainda acrescenta: “risco em si não é uma coisa ruim, mas não saber que se está correndo risco é algo que temos que evitar”. 

 

 Fuja do imediatismo, investimento é coisa a ser pensada no longo prazo

Como já tratamos aqui, o tempo é uma variável chave a se considerar, tanto para quem está querendo investir, quanto para quem já tem um valor investido.  

Uma das maiores questões dentro desse processo é entender qual a sua melhor opção de investimento considerando o tempo que é viável deixar o dinheiro aplicado. 

Apesar de não existir uma resposta padrão que vai se encaixar perfeitamente em cada situação vivenciada pelo investidor, nossa dica é: fuja do imediatismo. Não existem fórmulas mágicas que fazem com que seu dinheiro multiplique em questão de dias. 

Para entrar para o grupos dos investidores que dominam as melhores estratégias, todo o processo é essencial. Então não adianta tentar pular as fases, todo aprendizado demanda esforço!

Nesse sentido, o foco não é prever com exatidão todos os possíveis movimentos do mercado que levariam a alta ou a baixa de cada investimento. Mas sim, pensar com calma no seu objetivo ao investir, levando o tempo em consideração.

 

 Saiba como os acontecimentos no mundo afetam os investidores

Visto a relevância de permanecer atento ao que acontece no Brasil e no mundo, a análise de Márcio é interessante por ser estruturada em dois tópicos de preocupação para os investimentos. São eles:

1. Cenário geopolítico internacional 

Nesse ponto o que preocupa investidores atualmente é a Guerra da Rússia x Ucrânia. 

Com o avanço exponencial da globalização no pós anos 90, o mundo se tornou conectado, isso significa que se meu país não tem a capacidade de produzir energia, por exemplo, agora ele tem a possibilidade de importar esse serviço. 

Essas novas possibilidades viabilizam uma modernização e um acesso a recursos que nunca haviam sido vivenciados. Mas, como nem tudo são rosas, apesar de permitir uma inovação isso gera uma dependência entre países. 

Por isso, uma guerra que acontece do outro lado do mundo afeta os investimentos no Brasil, porque nós dependemos dessa oferta de bens e serviços internacionais. 

Ainda assim, a guerra também aprofunda desigualdades já existentes entre diferentes camadas sociais. Esse cenário piora as crises sociais e balançam a economia mundial como um todo! 

2. Polarização da política nacional 

A polarização nesse ano de eleição promove uma quebra com a segurança e a previsibilidade, primordiais para o bom funcionamento do mercado. Se todos estão com incertezas, muitos investidores optam por não investir.

Então, se as condições internas e externas estão passando por esse momento de tensão, conhecer o risco e pensar onde investir se mostra uma ferramenta chave para o bom investimento. 

Considerando o recorte temporal da sua aplicação, o bom investimento protege o poder de compra do consumidor e aumenta seu capital. E é isso que devemos mirar ao investir!

Outra saída são os aportes recorrentes que têm movimentos graduais ao longo do tempo. Essa movimentação ajuda a manter a estabilidade financeira. 

Quer dizer, ir investindo de pouco em pouco. De mês a mês, por exemplo, e ir sentindo a movimentação do mercado financeiro. 

Ou seja, a ideia é não colocar todos os ovos em uma mesma cesta, afinal, se ela cair no chão, não tem omelete pro almoço!

 

As 4 dicas para os bons investidores 

Em suma, os riscos existem e precisamos conhecê-los bem quando estamos pensando em investir ou refletindo em como lidar com aquele investimento que já está feito.

Sendo assim, temos que aproveitar boas informações que podem ser acessadas mais democraticamente, estudar esses dados e aprender! A disciplina e a resiliência são essenciais nesse processo. 

Afinal, no caso do Brasil, por sermos um país extremamente desigual, sabemos que esses investimentos ruins doem ainda mais no bolso, né?! 

Logo, existem 4 pontos chave para investir com mais segurança e que são seguidos pelos bons investidores.  São eles: 

  1. Escolha uma boa corretora
  2. Conheça seu perfil de investidor
  3. Fuja do imediatismo
  4. Fique atento ao que acontece no mundo

Finalmente, “o jeito mais rápido de ficar pobre é tentando ficar rico rapidamente”, diz Márcio. Por isso, são importantes os aportes recorrentes, diversificados, com foco no longo prazo. 

E aí, se interessou pelo assunto? Então conheça nosso simulador de investimentos e o curso de educação financeira para aprender ainda mais! 

Educando Seu Bolso
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