Em 2020 o Brasil bateu seu recorde na quantidade de pessoas na categoria de microempreendedor individual, alcançando 11,3 milhões de MEIs ativos. Só no ano de 2020 foram quase 2 milhões de novos registros, o maior número desde quando o MEI foi criado, em 2009.
Alguns por vontade, outros por necessidade ou mera falta de opção, brasileiros têm se jogado no mundo do empreendedorismo. Infelizmente, muitos sem o devido preparo ou conhecimento sobre os produtos financeiros necessários para viabilizar seu negócio.
Por isso, hoje vamos falar um pouco sobre como a educação financeira é importante para o microempreendedor individual. Você vai aprender sobre capital de giro, reserva de emergência, planejamento financeiro e vamos te alertar sobre algumas armadilhas!
Contando com a participação do Celso Valente Silveira, CEO do Dicas Mei, vamos dar dicas importantes para você que é ou quer ser um microempreendedor individual prosperar no seu negócio! Além disso, vale ressaltar que temos também este conteúdo em formato de podcast, que você consegue ouvir nos players acima do texto.
O que é Microempreendedor Individual?
Antes de irmos direto ao ponto, você sabe o que é microempreendedor individual? Apesar de a categoria já ter sido criada há 12 anos, ainda existem muitas dúvidas a respeito do MEI, por isso, vamos explicar.
Criado para regularizar a situação de profissionais informais, o microempreendedor individual é um profissional autônomo que, ao se cadastrar, ganha um CNPJ e passa a ter obrigações e direitos de uma pessoa jurídica, tudo isso online e sem burocracia.
Mas para que serve ser um microempreendedor individual? Bom, além de formalizar seu negócio, o MEI tem algumas vantagens:
- Acesso a produtos e serviços bancários, como crédito com melhores condições.
- Direito a benefícios previdenciários, ou seja, aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte (para sua família).
- Modelo simplificado de tributação, com um valor mais baixo e fixo referente aos tributos (INSS, ISS, ICMS).
- Acesso a apoio técnico do Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
- Possibilidade de emitir nota fiscal.
Achou interessante e quer saber como ser um microempreendedor individual? Além de ser um processo simples e inteiramente online, nós temos um conteúdo que te dá o passo-a-passo para se cadastrar como MEI.
Qual conselho damos para o Microempreendedor Individual?
Uma coisa fundamental na vida de quem está empreendendo é ter tranquilidade. Então, você vai me perguntar “mas seu conselho é tranquilidade?”. Sim, é preciso tranquilidade para tocar seu negócio de maneira eficiente, e agora vamos descobrir como alcançá-la.
Principais pontos para a tranquilidade financeira do MEI.
A tranquilidade do microempreendedor individual tem como base dois pilares principais, capital de giro e reserva de emergência, que precisam estar em dia para se completar um ciclo financeiro sem estresse.
O que é um ciclo financeiro? É o período que vai de quando você compra os insumos dos seus fornecedores até a venda do seu produto, e o recebimento do pagamento do seu cliente. Durante todo esse período, é importante que você tenha capital de giro para não deixar o negócio parar!
O que é capital de giro:
O capital de giro é o dinheiro utilizado para manter o fluxo da sua empresa. Com ele você garante que vai pagar seus fornecedores, manter seu estoque e poder oferecer vendas parceladas sem se prejudicar por não receber todos os pagamentos à vista.
Já imaginou você levar um calote de um cliente justamente quando o prazo para pagar seus fornecedores está chegando? Um pesadelo! Para isso serve o capital de giro. Mesmo com imprevistos você tem capacidade de manter seu negócio funcionando!
Qual deve ser seu capital de giro? Isso vai depender do momento pelo qual passa seu negócio. Ou seja, quando você estiver vendendo mais, estará comprando mais de seus fornecedores, logo, precisará manter um valor mais alto de capital de giro.
Para chegar a um valor exato, recomendamos consultar um conteúdo do Sebrae que explica como calcular o capital de giro da sua empresa!
O que é reserva de emergência:
No caso do microempreendedor individual, também recomendamos uma reserva de emergência. Não sabe o que é isso? É um valor que se guarda para momentos de eventuais necessidades.
Diferentemente do capital de giro, a reserva de emergência vai garantir que o microempreendedor individual tenha segurança e tranquilidade para quitar seus débitos em momentos de grandes dificuldades sem interromper o funcionamento da sua atividade.
Por exemplo, a pandemia da Covid 19 mostrou como não se pode contar com tudo funcionando normalmente, o tempo inteiro. Por isso a reserva de emergência é importante, para você conseguir atravessar um período de turbulência sem quebrar.
Conheça os projetos que auxiliam o microempreendedor em meio a pandemia!
Como fazer uma reserva de emergência? Ela deve ser uma aplicação de baixo risco e com alta liquidez. Isso garante que você possa resgatar seu dinheiro imediatamente e sem perda de valor quando for necessário.
Os investimentos em renda fixa são uma boa escolha para uma reserva de emergência. Sendo assim, utilize nosso Simulador de Investimento em Renda Fixa para encontrar a melhor opção e comece sua reserva de emergência já!
Qual deve ser o valor da sua reserva de emergência? Normalmente, o valor da reserva de emergência deve cobrir seis meses de despesas. Ou seja, com ele você consegue enfrentar até seis meses de faturamento zero! Tranquilidade, né?
Acompanhada da tranquilidade, temos a saúde financeira. O financeiro de uma empresa deve ser pensado como um instrumento, ele deve ser utilizado a seu favor para garantir estabilidade. Então, atenção, a parte financeira não é um monstro de sete cabeças e vamos provar!
Conheça o Bling, gerenciador financeiro e aproveite a parceria Educando Seu Bolso + Bling e se inscreva para ter 1 mês de teste grátis!
Saúde e Planejamento Financeiro para o Microempreendedor Individual
Para se ter saúde financeira é preciso deixar a inércia de lado e começar o planejamento financeiro do seu negócio. Sua organização começa quando você consegue definir seus ganhos e seus gastos e, para isso, você precisa de algumas dicas:
Dica 1: Separe sua conta de pessoa jurídica e de pessoa física
O primeiro passo é separar seu planejamento financeiro de pessoa física e de pessoa jurídica. De preferência utilize duas contas, uma para gerenciar a receita e as despesas da empresa e outra para gerenciar a receita e as despesas como pessoa física.
Assim, você garante uma transparência entre o que que está entrando e o que que está saindo, tanto da sua empresa, quanto do seu bolso. Consequentemente, caso falte dinheiro no final do mês, você consegue identificar facilmente onde é preciso fazer algum ajuste.
Caso você ainda não tenha uma conta digital para pessoa jurídica, confira nosso conteúdo que fala se vale a pena abrir uma conta digital para pessoa jurídica ou microempreendedor individual.
Utilizando nosso Simulador de Contas Digitais você descobre as melhores opções de contas, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, e já pode começar a separar suas finanças!
Dica 2: Entenda a diferença entre salário e pró-labore
O pró-labore é o valor que um sócio de uma empresa recebe pelo tempo e esforço dedicados ao negócio. De acordo com a legislação brasileira, o pró-labore conta com diferenças significativas em relação ao salário.
Então não, o lucro da empresa não é o salário do microempreendedor individual! O pró-labore é uma remuneração de valor flexível, baseada nas atividades a serem desempenhadas pelo sócio da empresa, nas suas necessidades e na média do mercado.
Além de te permitir separar bem suas finanças das do negócio, a retirada do pró-labore permite que você constitua patrimônio líquido formalmente. O melhor é que você pode fazer isso sem ter despesa alguma extra. Na declaração de Imposto de Renda da pessoa física por exemplo é possível lançar como rendimento isento retirada de pró-labore até um determinado valor.
Sim, você vai acumulando esse patrimônio anualmente e isso te permite aparecer com ativos na declaração de bens e direitos sem que a Receita Federal te pergunte por exemplo “Uai, mas de onde veio o dinheiro pra comprar esse imóvel?”.
Outra vantagem é que aumenta a sua atratividade junto às instituições financeiras mais adiante quando precisar de um empréstimo. Por isso, a dica é que o MEI faça as retiradas de pró-labore até o limite de isenção de IR e faça também a DIRPF anualmente.
Dica 3: Invista na sua Educação Financeira
Para quem é empreendedor, o processo de aprendizado deve ser sempre contínuo. A organização financeira te promove insights sobre seu negócio que, sem colocar tudo no papel, você provavelmente não teria.
Nós sabemos que o microempreendedor individual está sempre na correria, entretanto, essa não é uma justificativa para ele não investir na sua educação financeira. Separamos duas opções de cursos úteis para o MEI:
- Jornada para o Equilíbrio Financeiro: A educação e o equilíbrio financeiro começam em casa, com suas finanças pessoais. Certamente, quem consegue organizar o próprio dinheiro adequadamente terá mais facilidade para organizar, também, o dinheiro da empresa. Sendo assim, nosso curso oferece conteúdo sobre orçamento pessoal, consumo consciente, crédito e dívidas e até investimentos. De maneira simples e direta para você se organizar financeiramente!
- Cursos Sebrae: o Sebrae oferece cursos completos e pensados cuidadosamente para adequar o conteúdo à necessidade do microempreendedor individual, além de oferecer um atendimento próximo.
Dica 4: Torça para o melhor mas esteja preparado para o pior
Na hora de encarar a gestão financeira é preciso entender seu empreendimento de cabo a rabo. Sendo assim, separamos algumas perguntas que você vai precisar responder sobre seu negócio para que você, microempreendedor individual, faça um bom planejamento financeiro:
- Pensando na precificação do seu produto, faça-se as seguintes perguntas: Qual seu custo? Quem são seus concorrentes e quanto eles cobram? Seu produto tem algum diferencial? Você pode cobrar a mais por esse diferencial?
- Pensando na comercialização do seu produto, faça-se as seguintes perguntas: Quais canais de venda serão utilizados? Você terá preços diferentes dependendo do canal de vendas?
- Pensando na organização do seu caixa, faça-se as seguintes perguntas: Quanto você estima vender? Quando você vai receber dos seus clientes? Quando você terá que pagar seus fornecedores e funcionários? E se você receber ou tomar um calote?
E por aí vai…
Parece coisa demais, né? E é mesmo, mas é importante pensar em todos os detalhes para não ser surpreendido no futuro. Além disso, seja conservador nas estimativas acima: torça para o melhor, mas esteja preparado para o pior!
Para mais informações, temos um conteúdo que fala sobre como planejar e abrir o seu negócio, além de estratégias para tornar seu empreendimento mais lucrativo ou estável, seja ele um produto ou serviço, diante de mudanças do setor econômico. Dicas para o MEI empreendedor: tudo o que é importante você saber!
Armadilhas para o Microempreendedor Individual
Além da falta de planejamento financeiro, existem outras armadilhas com que o microempreendedor individual pode acabar se esbarrando durante sua jornada nas aventuras de quem quer empreender e uma delas é a falta de conhecimento sobre produtos e serviços financeiros.
É comum encontrar um microempreendedor individual com aptidão no que faz, percepção de mercado e de produto, mas que tropeça na área financeira devido à falta de conhecimento de qual serviço serve para quê, de qual ele deve contratar ou não.
Sendo assim, vou citar alguns exemplos comuns em que a falta de conhecimento de produtos financeiros faz com que o microempreendedor individual acabe por não tomar as melhores decisões.
Você sabia que a melhor opção para o seu negócio pode ser ter duas ou mais maquininhas de cartão, e não apenas uma?
Isso mesmo! Hipoteticamente, utilizando o limite superior de faturamento MEI, que é de R$8.750,00 por mês, usar dois ou mais terminais, cada um na sua modalidade mais barata, pode te gerar uma economia mensal de até R$300,00!
Pense o quanto rende para um microempreendedor individual uma economia de R$300,00 por mês durante um, dois, três ou dez anos. São pequenos detalhes, mas é preciso atenção, o dinheiro economizado, utilizando duas maquininhas e não uma, pode servir de investimento para sua reserva de emergência, por exemplo.
Se você quer otimizar seu negócio, confira nosso Simulador de Máquinas de Cartão, nele você encontra quais, ou qual maquininha é a melhor para o seu empreendimento!
Seguros: Qual é realmente necessário para o seu empreendimento?
É comum encontrar casos em que o microempreendedor individual tem um seguro que não precisa, mas não tem outro que precisa. Principalmente em caso de pequenos negócios, é importante ter um seguro que vai realmente ser útil para você, para não acabar gastando dinheiro atoa.
Por exemplo, um microempreendedor individual que tem um seguro de proteção de cartões ou um seguro de vida de rede de lojas de departamento. Entretanto, não tem um seguro automotivo ou tenta economizar contratando apenas uma proteção veicular, sendo que o carro é parte importante do negócio.
Consequentemente, caso ocorra algum imprevisto com o veículo utilizado pela empresa, a demora no reparo ou ressarcimento de sinistro irão atrapalhar o funcionamento das atividades comerciais. Ou seja, a falta do seguro auto, ou a economia obtida ao escolher pela proteção veicular, vão acabar causando prejuízos.
Então, se o seu negócio depende de um veículo, é preciso entender as diferenças entre o seguro de veículo e a proteção veicular, assim você vai saber qual a melhor escolha a se fazer, de acordo com as particularidades da sua empresa!
Cuidado com a Antecipação de Recebíveis para Microempreendedor Individual!
A antecipação de recebíveis se trata de um recurso que permite ao microempreendedor individual adiantar o recebimento de valores que só chegariam a ele no futuro. Tentador, não é mesmo? Por isso é preciso tomar cuidado para não cair na armadilha!
Uma venda parcelada em 12 vezes no crédito, quando antecipada, pode custar ao microempreendedor individual de 10% a 30% do seu valor, dependendo da maquininha. Então, quando se opta por essa opção é preciso saber que uma parcela do valor a ser antecipado será cobrada de você.
Se lembra que falamos sobre a importância do Capital de Giro? Então, é justamente para não sofrer com a antecipação de recebíveis.
Como fazer empréstimo Microempreendedor Individual?
Para iniciar um empreendimento é comum precisar de crédito. O empréstimo deve fazer parte do planejamento financeiro do microempreendedor individual, e nós sabemos que conseguir crédito nem sempre é uma tarefa tão fácil.
Sendo assim, visando facilitar o acesso ao crédito pelo microempreendedor individual separamos algumas recomendações que, com certeza, farão diferença na hora de você pedir um empréstimo:
- Tenha sua declaração anual MEI de faturamento em dia.
- Tenha o Imposto de Renda da pessoa física do microempreendedor individual em dia.
- Emita nota fiscal MEI, mesmo não sendo obrigado.
- Tenha a conta de pessoa física e pessoa jurídica separadas.
- Adira ao Cadastro Positivo, banco de dados que beneficia um bom pagador de acordo com seu histórico de pagamentos.
Com o Cadastro Positivo, os bons pagadores terão maiores Scores de Crédito, o que faz com que bancos e financeiras liberem a eles empréstimos com mais facilidade e até mesmo melhores taxas. Caso deseje, uma das maneiras de ver seu histórico de relacionamentos com instituições financeiras é a partir do Registrato do Banco Central.
Com isso, quando o microempreendedor individual precisar de crédito e for recorrer a alguma instituição, seja ela um banco ou uma fintech de crédito, com toda sua documentação em dia e um histórico financeiro comprovado, as chances de conseguir um empréstimo serão maiores!
E, caso você precise de crédito para dar início ao seu negócio, confira nosso Simulador de Empréstimo para encontrar as melhores opções de acordo com seu perfil!
Como ser um Microempreendedor Individual de sucesso?
É preciso comprometimento e organização, mas, a partir do momento que você, microempreendedor individual, começar seu planejamento financeiro, o dinheiro deixará de ser um problema e você estará um passo mais próximo do sucesso!
Separe suas despesas pessoais das despesas da empresa, faça a retirada do seu pró-labore, tenha capital de giro, comece sua reserva de emergência, aprenda sobre os produtos financeiros disponíveis e, principalmente, invista na sua educação financeira!
Pensando em não gastar dinheiro à toa, utilize nosso simulador de maquininhas, compare as opções do mercado e encontre qual é a mais barata e ideal para o seu negócio!
ENCONTRE MELHOR MÁQUINA DE CARTÃO
Ah, e caso tenha alguma dúvida ou sugestão, basta deixar um comentário!