Talvez o título do post de hoje seja forte demais. Você ainda vai ao banco rotineiramente, não vai? Mas estamos vivendo, seguramente, uma fase de transição. Na linha de posts anteriores nos quais já discutimos um pouco a relação da internet com o seu dinheiro e a revolução do Big Data e o consumidor bancário, sem falar do teste realizado pelo colega Daniel Loureiro sobre o Nubank, o novo serviço de cartão de crédito, e o podcast sobre a conta eletrônica, sem tarifas, resolvi falar sobre essa fase de transição no serviço bancário: da agência física para a agência eletrônica.
O varejo bancário ainda é refém do mundo de papel. Mas para muitos analistas, como relatam as reportagens do jornal Valor Econômico, o setor está quase no ponto de maturação para uma ruptura. Os avanços da tecnologia e dos processos de digitalização estão transformando a atividade bancária e a forma do nosso relacionamento com o banco. O nosso principal instrumento de relacionamento já começa a ser o smartphone.
Um dos grandes obstáculos para a revolução de hábitos no setor era a confiança nas transações bancárias pela internet ou pelo smartphone. Mas a tecnologia para isto já existe e obstáculo está evaporando. E os hábitos estão se alterando. Rapidamente. Um recente estudo realizado nos Estados Unidos pela Accenture perguntou aos consumidores: em que tipo de empresa você mais confia para lidar com seus dados em seu nome? Na comparação com outros participantes do mundo digital, os bancos inspiram bem mais confiança (86%) – por incrível que pareça – do que qualquer firma de meios de pagamento, inclusive operadoras de telefonia móvel. Pois bem. Na hora que decididamente “se juntarem” os bancos à telefonia móvel, o futuro estará aí…
E aí, leitor, cabe uma pergunta: quem ainda vai a agências de banco? Para a maior parte dos analistas, três grupos: (i) as pessoas mais idosas, não acostumadas a usar meios digitais; (ii) as pessoas que ainda precisam mostrar documentos fisicamente ou assinar algum papel na frente de funcionários (ah, mundo do papel ainda existe); (iii) e as pessoas sem conta bancária à moda antiga que precisam comparecer a instituições para pagar o que devem, como contas de serviços públicos (sem esquecer a suculenta comissão dos bancos, claro).
De novo: para muitos analistas então estamos falando da “morte anunciada da agência bancária”. Alguns, como Brett King, conhecido como futurista dos bancos e autor do livro de sucesso “Breaking Banks”, em dez anos o Brasil terá metade das agências bancárias que tem hoje. E quase todas as operações serão feitas remotamente (principalmente no celular), inclusive os investimentos. As novas gerações só irão aos bancos quando realmente obrigadas.
Quanto aos investimentos, diz Brett King, boa parte deles será realizada por programas, com algoritmos sofisticados. Até mesmo a tradicional consultoria financeira sofrerá um abalo. Ela só funcionará de verdade para os investimentos mais vultosos. Além disso, a parafernália eletrônica estará toda integrada. Assim, quanto mais o seu banco – no seu formato eletrônico – souber de você, com destaque para as redes sociais, melhor será a sua experiência e mais adequados serão os produtos. Quanto à privacidade, este será um tema para outro post.
O que o blog espera é que esta corrida tecnológica opere também em favor dos consumidores, reduzindo burocracia e principalmente custos. Ficaremos de olho!
Para saber mais sobre operações pela internet escute nosso podcast abaixo.
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