Lei do “nome sujo” reduz crédito e afeta a sua vida financeira

Em outras oportunidades, este blog já esclareceu como funciona o cadastro negativo e o cadastro positivo de clientes bancários e como isto pode melhorar a vida financeira de todos, ainda que os efeitos benéficos não tenham sido observados plenamente.

Como se sabe, uma das maiores dificuldades do mercado bancário é distinguir os bons pagadores dos maus pagadores. Os cadastros tentam fazer isto. Separar os bons dos maus, de maneira que você, que sempre paga suas contas em dia, não assuma os custos do devedor relapso. Ou seja, se eu sou um bom pagador, os custos de crédito devem levar em consideração, sempre que possível, o meu histórico particular.

Notícia recente, no entanto, dá conta que leis dos Estados de São Paulo e Mato Grosso, aprovadas em janeiro, criaram dificuldades para registrar como “sujo” o nome de um devedor. As leis estabeleceram que o devedor só fica com o “nome sujo” quando for notificado com uma carta com aviso de recebimento (AR), assinada por quem a recebeu. Antes, bastava a carta simples.

É bem possível que, com essa nova exigência, muitos devedores consigam se esquivar do recebimento da carta. Alguns agindo até por má-fé! Estudos mostram que tais regras nessas regiões podem reduzir o crédito em até 17% para as famílias. Ao mesmo tempo, o crédito pode ficar mais caro em até 9 pontos percentuais. A consequência também é que as instituições financeiras irão ficar ainda mais conservadoras no crédito, em uma tentativa de se protegerem.¹

E a surpresa é que os mais afetados seriam justamente os consumidores de menor renda, que possuem menos garantia para oferecer aos bancos.  Como nesses estados os bancos teriam ainda mais dificuldade de registrar os maus devedores, fazendo a necessária separação entre os consumidores, os bons continuariam pagando pelos relapsos. Isto prejudica a vida financeira da maior parte da famílias.

Não existe “economágica”! Aquilo que supostamente “protege” os consumidores prejudica um grupo muito maior de bons pagadores. Pense nisso!

E aproveitando o assunto, você está com o nome sujo? Então quero te dizer que só depende de você a limpeza do seu nome na praça. Basta procurar a instituição para a qual você deve para renegociar o crédito.

Antes disso, é necessário fazer as contas das despesas mensais, para saber o quanto sobra de dinheiro e qual o valor que poderá ser comprometido com a nova dívida. Identificada a quantia disponível, o consumidor deve negociar com o credor condições de pagamentos que se enquadrem na capacidade de pagamento. De nada adianta um bom acordo se a pessoa não conseguir honrar o compromisso assumido.

Outra coisa. Pode ser que você nem precise sair de casa para recuperar o crédito. Pois é. Há ocasiões em que dá pra negociar as dívidas pela internet mesmo.

É que, de tempos em tempos, os bureaus de crédito promovem iniciativas para facilitar esse processo, como, por exemplo, o “Feirão Limpa o Nome Online da Serasa”.

Então? Está negativado e quer resolver a situação pela internet? Sentado no sofá da sua casa? Navegue pelo blog e descubra como!

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¹ Estudos também mostram que um consumidor com “nome sujo” deixa de pagar suas dívidas quatro vezes mais do que o sem restrição. Mas, ao mesmo tempo, 50% das dívidas em atraso são pagas após a notificação de que o consumidor será incluído no cadastro negativo, mesmo sem o AR.

Educando Seu Bolso
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Lei do “nome sujo” reduz crédito e afeta a sua vida financeira
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