Finanças e organização financeira para todos!

O texto de hoje é sobre finanças e organização financeira, e foi retirado de uma conversa muito interessante que tivemos com a educadora Marcia Dessen no nosso podcast semanal.

Sendo assim, caso você prefira, pode também ter acesso às informações dele em forma de áudio, escolhendo um dos players acima! Além disso, temos também o vídeo completo da nossa entrevista:

Marcia Dessen, para aqueles que não a conhecem, tem larga experiência no mercado financeiro, como vice-presidente do Citibank, como empresária e é colunista da Folha há mais de 10 anos. Sendo assim, certamente nosso conteúdo tem muito a lhe acrescentar!

 

Tópicos sobre finanças em uma coluna semanal

Encontrar assuntos sobre finanças para abordar em uma coluna semanal por mais de 10 anos não parece ser uma tarefa fácil. No entanto, Marcia afirma que o assunto é inesgotável: além de já ser amplo, a coluna ainda é alimentada por dúvidas, sugestões e experiências dos leitores.

Quando falamos sobre finanças não estamos falando fundamentalmente sobre um produto ou mercado, mas sim sobre vida. Isto é, sobre esses produtos no contexto de um indivíduo, de uma família. O escopo de planejamento financeiro pode envolver:

  • O básico sobre organização financeira, gestão de quanto se ganha e quanto se gasta;
  • Construção de patrimônio;
  • Gestão de riscos patrimoniais e pessoais, que envolve seguros para proteção de bens;
  • Aposentadoria e preparação para o futuro;
  • Planejamento fiscal e como reduzir a carga tributária de uma forma legítima;
  • Planejamento sucessório e formas de transferir heranças de uma forma legal com o menor custo possível.

Além disso, cada um desses assuntos pode ser abordado mais de uma vez, a partir de pontos de vista diferentes. Ou seja, o mesmo problema pode ser retrabalhado de forma a sensibilizar e atingir pessoas de classes sociais e faixas etárias distintas, por exemplo.

Sendo assim, podemos enxergar a educação e organização financeira não como uma ciência exata e matemática, mas sim como uma questão comportamental, de escolhas, conduta e hábitos.

 

Evolução do brasileiro na organização financeira

É importante ressaltar que os brasileiros, de uma forma geral, estão avançando em termos de conhecimentos e organização financeira. Ações educativas estão sendo promovidas por órgãos reguladores, entidades, empresas no âmbito privado, mídia…

No entanto, ainda caminhamos de maneira lenta. As pessoas costumam ter uma grande resistência a mudar hábitos, conceitos e crenças.

 

Discurso criterioso X discurso midiático

Além da dificuldade das pessoas em mudar, como tratamos no tópico anterior, podemos enxergar também um descompasso entre ações positivas e benéficas de educação financeira (que caminham de forma lenta), e ações agressivas e maléficas muito vistas na internet (que atingem o público de maneira rápida). Elas podem ser propagandas de produtos (financeiros ou não) desnecessários, ineficazes e descompromissados com a verdade.

É possível fazer uma analogia entre essa competição e uma imagem muito famosa em filmes, que retrata um anjinho e um diabinho brigando pela tomada de decisão do personagem.

  • Nesse caso, o anjinho é a comunicação educativa e professoral que tenta mostrar o que deve ser feito e como.
  • Já o diabinho são as propostas que vemos na internet dizendo que você está perdendo dinheiro, e que há uma forma simples e rápida de deixar de fazê-lo.

O momento em que vivemos ainda favorece esse tipo de propaganda. Ao mesmo tempo, temos a taxa Selic na mínima histórica, uma facilidade enorme de abertura de contas digitais e uma proliferação de plataformas de investimento. Sendo assim, as pessoas têm caído cada vez mais nessas tentações.

Há uma diferença brutal entre as duas abordagens, e a solução é tentar diminuir o abismo existente. Isso pode ser feito a partir de uma mudança na maneira de apresentar a educação financeira para as pessoas: fazê-lo de forma a criar um desconforto, uma identificação, um gatilho. Só assim elas terão vontade de duvidar, questionar, fazer diferente.

 

Quais são as minhas necessidades com produtos financeiros?

Um dos pontos interessantes de serem tratados em educação financeira é certamente a gama de produtos existentes no mercado. Os produtos financeiros estão aqui para atender às nossas necessidades. No entanto, é imprescindível se fazer uma análise: eu preciso mesmo desse produto? Ele vai me ajudar com as minhas finanças?

No Educando Seu Bolso partimos desse mesmo princípio: cada pessoa ou negócio tem sua particularidade, e, portanto, não há um produto ideal para todos. Um exemplo disso é o nosso Simulador de Máquina de Cartões de Crédito, que mostra qual é a melhor maquininha para você com base nas suas necessidades. Se você precisa de uma, não deixe de conferi-lo!

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Análise de quanto ganho X quanto gasto

É muito comum encontrar pessoas que acreditam que não fazem uma boa gestão do seu dinheiro por receberem pouco. Isso, porém, não é verdade. A educação e organização das finanças é essencial para todos, independentemente da classe social.

As pessoas que são bem sucedidas financeiramente não são necessariamente as que ganham mais, mas as que gastam menos do que ganham. É possível construir reserva mesmo ganhando pouco, mantendo uma boa disciplina.

Além de gastar menos do que ganhamos, ainda é necessário gastar com consciência e sabedoria. Precisamos alocar nosso dinheiro naquilo que de fato traz segurança, conforto, bem estar.

Ainda, é importante observar que muitas vezes nós não enxergamos quanto custa um bem ou serviço de fato. Um exemplo é que muitas pessoas acreditam que investir é de graça, quando na verdade não é. Sendo assim, fazem investimentos por meio de plataformas que não conhecem, sem uma análise prévia.

homem fazendo cálculos de finanças
O Educando Seu Bolso oferece cursos que podem ajudar no planejamento financeiro.

Outro exemplo interessante é o preço de uma conta bancária. Nos últimos anos vimos um grande aumento nas ofertas de contas bancárias gratuitas, principalmente as digitais. De fato, não se paga nada para abrir sua conta e utilizar alguns de seus serviços. No entanto, algumas das opções que temos dentro delas são, sim, pagas, e temos que tomar cuidado com elas.

Um cartão de crédito gratuito oferecido em uma conta bancária também gratuita pode parecer inofensivo. No entanto, caso você não consiga administrar o seu limite dentro do que você consegue pagar, pode acabar com uma dívida bem cara. É como uma loja: você não paga nada para entrar na loja, mas paga caso queira levar algo.

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Educação financeira é para todos!

Organizar as finanças é necessário para todos, independentemente da idade ou classe social. No entanto, o que vemos na realidade é que as pessoas só procuram mudar seus comportamentos quando algo dá errado, quando se encontram endividadas.

Sabemos que imprevistos acontecem, e você precisa ao menos conseguir manter sua dignidade e qualidade de vida nesses momentos. É necessário se prevenir: caso você pare de ganhar hoje o que costuma ganhar – por exemplo, se perder seu atual emprego -, por quantos meses você conseguiria se manter?

Exemplo prático

Marcia Dessen, que hoje é educadora financeira, deu seu próprio exemplo na nossa entrevista. Ela trabalhou por 25 anos no Citibank: entrou como Office Girl e saiu como vice-presidente.

Ela se demitiu do cargo de vice-presidente para abrir sua própria empresa, em 1989. Três meses depois de ter deixado seu emprego e, sendo assim, de ter parado de receber seu salário, entrou em vigor o Plano Collor. Ele tinha o objetivo de controlar a inflação da época, e uma das suas estratégias foi o congelamento das contas bancárias.

Ou seja, todo o dinheiro que ela havia poupado nos últimos 25 anos, que seriam usados no seu novo projeto de empresa, estava impossibilitado de ser usado. Além disso, ela não recebia mais salário, e se viu, portanto, sem recursos para se sustentar.

Esta foi a primeira vez em que ela se sentou, pegou papel e caneta e organizou seu orçamento. Ela listou tudo o que gastava, e percebeu que vários destes gastos não eram necessários. Desde então ela nunca mais parou de cuidar das suas finanças, mesmo depois de se restabelecer financeiramente.

Podemos ver, a partir do seu exemplo, que até mesmo pessoas que trabalham no mercado financeiro podem não estar cuidando adequadamente de sua própria educação financeira. Sendo assim, procure sempre se organizar, seja por meio de papel e caneta, planilha de finanças pessoais, gerenciador financeiro online, aplicativo para controle financeiro, enfim: procure a maneira mais simples e prática para você.

 

Finanças: diferença geracional

Certamente há uma diferença entre o comportamento financeiro de diferentes gerações. Entre os mais velhos é comum uma abordagem mais conservadora sobre o assunto. Eles buscam produtos que trazem segurança e estabilidade, e seus recursos são deixados, geralmente, na Caderneta de Poupança. Até mesmo o Tesouro Direto, apesar de ser um investimento de renda fixa com um bom risco de crédito e custo baixo, não é muito utilizado.

Enquanto isso, entre os mais jovens vemos um comportamento menos avesso ao risco. É muito comum que eles tentem se desvincular dos grandes bancos, estejam mais dispostos a conhecer novos mercados, utilizem mais as fintechs e ousem investir de forma mais arriscada.

Isso pode ser um ponto muito positivo, caso haja conhecimento. As pessoas precisam se educar antes de se arriscarem dessa forma, ter convicção dos riscos assumidos. O que vemos na realidade é, muitas vezes, pessoas investindo ou adquirindo produtos financeiros que não são os ideais para elas, por falta de conhecimento.

Marcia nos contou que recebe na sua coluna para a Folha muitas perguntas que demonstram total desinformação de alguns de seus leitores. Muitos fazem um investimento e se surpreendem ao perceberem que o fundo pode ter rentabilidade negativa, por exemplo. É apenas no momento de perda que elas fazem perguntas que deveriam ter feito antes, e entendem o que deveria ter sido entendido antes.

 

O outro lado da moeda: mídia e produtos financeiros

É importante saber que existe sempre um outro lado da moeda na contratação de serviços e produtos financeiros. Na maioria das vezes há um lado que a mídia ignora, possivelmente de maneira proposital, para que as pessoas não tenham conhecimento do produto como um todo.

Esse lado é o do cliente. Apesar de muitas vezes jornalistas e colunistas terem conhecimento financeiro o suficiente para abordarem um assunto, suas fontes são um banco, uma fintech, ou seja, o ofertante do serviço. É necessário observar, também, o lado do cliente.

Sendo assim, ao tomar conhecimento sobre determinado produto, procure sempre observar a experiência de quem já o utilizou. Caso você encontre informação em jornais, blogs, entre outros, leve-a em conta! Caso você não a veja nesses lugares, procure saber entre pessoas que você conhece e que já tenham utilizado o produto.

É necessário que comecemos a dar um maior valor ao lado do cliente, que é quem realmente importa. O consumidor tem uma força enorme, tanto em conjunto quanto isoladamente. Precisamos, portanto, observar o que ele achou, se gostou, se o atendimento foi satisfatório, se teve dificuldades etc.

 

Finanças no Brasil X em outros países

É muito comum que nós, brasileiros, tenhamos um “complexo de vira lata” em vários aspectos da nossa cultura, e as finanças são um deles. No entanto, os problemas na maioria dos países são bem semelhantes: existe falta educação e conhecimento financeiro na maior parte do mundo.

No entanto, uma diferença que pode ser citada entre o Brasil e outros países, principalmente os mais desenvolvidos, é a propensão a investir. Estadunidenses, Europeus, Japoneses e Chineses, por exemplo, têm mais disposição a investir em ações do que o brasileiro, que costuma investir em renda fixa.

As razões para tal são óbvias: a taxa de juros histórica no nosso país variava acima dos 10% ao ano, enquanto nesses países ela não costuma passar dos 2% ao ano. O ano de 2020 foi exceção entre a média histórica do nosso país (a taxa Selic no dia dessa publicação é de 2%), mas o esperado é que esse período seja passageiro.

Sendo assim, apesar de hoje existirem mais investidores em ações no Brasil do que existiam há alguns anos, ainda somos, no geral, mais conservadores. Enquanto isso, nos Estados Unidos por exemplo, é mais provável que alguém opte por investir em uma ação da Apple, Microsoft, Coca-Cola, entre outras, que são empresas com um ótimo histórico, do que coloque seu dinheiro no tesouro nacional, com um retorno muito baixo.

 

Por onde começar

Ao longo de todo o texto percebemos a importância de se ter um bom conhecimento sobre finanças. Pensando nisso o Educando Seu Bolso criou o curso “Jornada para o equilíbrio financeiro“, que pode ser um bom ponto de partida para seu processo.

Nosso curso de finanças pessoais pode te ajudar a identificar quais são os seus comportamentos prejudiciais a sua saúde financeira, fugir de juros elevados, limpar seu nome, poupar dinheiro, investir, e fazer sobrar um dinheiro para o seu bem estar e realizações financeiras.

Não deixe de conferi-lo!

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Como obter mais conhecimento sobre finanças com Marcia Dessen

Para os que se interessaram por essa abordagem do assunto, é possível ter acesso a outros conteúdos da Marcia Dessen pela sua coluna na Folha, pelo seu Linkedin, ou pela página do Facebook do seu livro de finanças “Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro”.

 

Por fim, caso você tenha mais alguma dúvida ou sugestão, basta deixar um comentário nesse post!

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2 comentários

    • Bom dia Mauro.
      A Márcia não responde a dúvidas por aqui, ela apenas participou desse podcast. Recomendo tentar acessá-la pelo canal de contato disponibilizado na FSP ou pelas suas redes sociais (Twitter e Linkedin). Ah e talvez valha a pena referenciar o podcast do EsB, ok?
      Abraço.
      =]

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