Economia compartilhada: entenda o que é e como funciona

Você sabe o que é economia compartilhada ou inovação disruptiva? Parece complicado né. Mas não é não e você já deve ter ouvido falar. A economia compartilhada é uma espécie de tendência nos hábitos dos consumidores, de dividir o uso (ou a compra) de serviços e produtos, em uma espécie de consumo colaborativo. Ou seja, em alguns casos pode-se falar mesmo em um novo modelo de consumo.

Aproveite e veja a matéria publicada no domingo (2 de agosto) no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, que contou com a colaboração de Leandro Novais. Leia a matéria clicando aqui.

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Essa forma de compartilhamento de bens e serviços, como é o caso do sistema coletivo de bicicletas que existe em inúmeras cidades, é facilitada (ou potencializada) essencialmente por aplicativos da internet que possibilitam uma maior interação entre as pessoas e que inovam provocando uma profunda alteração de tecnologias. No nosso caso, a inovação disruptiva na internet tem causado uma importante alteração tecnológica em modelos de negócio. Temos então uma associação entre mudança de hábitos de consumo (modelo comportamental) com alterações oriundas da inovação tecnológica (modelo de negócios). A economia compartilhada funciona exatamente nessa nova plataforma de fazer negócios.

A economia compartilhada tem desafiado os modelos tradicionais de negócio. De uma hora para outra, há mais concorrentes, com novas estruturas de negócio, com preços competitivos e qualidade, e que pressionam a atividade regulatória do Estado. Na Europa, em particular, o modelo está em franca ascensão, com forte apelo da mudança comportamental no consumo. Em países desenvolvidos, onde as necessidades básicas estão completamente satisfeitas (como debatido aqui no blog), já se percebeu que o uso de recursos escassos pode ser ainda mais racionalizado. Projeções de consultoria estimam que o novo modelo de negócio pode alcançar US$ 335 bilhões até 2025.

Alguns setores são mais impactados do que outros. Exemplos significativos da economia colaborativa, com inovação tecnológica, para citar dois são: o caso da Airbnb, sistema de aluguel de acomodações (na casa das pessoas), funcionando em mais de 190 países, que tem desafiado o setor de hotelaria; e o caso do Uber, serviço de carona ou de compartilhamento de viagens, que tem provocado ampla resistência dos serviços de táxi em inúmeras cidades.

Falando um pouco do Uber, que já funciona em Belo Horizonte: o aplicativo conecta você a um motorista cadastrado pelo sistema. Você também se cadastra e o pagamento é feito com os dados do seu cartão de crédito registrado. Quando você pede o serviço e fornece os dados de origem e destino, o aplicativo já lhe passa o preço. Normalmente o valor é competitivo em comparação com o serviço tradicional de táxi. O motorista recebe o valor da corona ou corrida e um pequeno percentual fica com o aplicativo (a depender da modalidade do Uber – por exemplo, carros mais luxuosos ou não, etc).

A reação dos serviços tradicionais é visível. O fenômeno é mundial. Alguns centros importantes, no entanto, já regularizaram o serviço, que hoje compete lado a lado com os táxis tradicionais. São os casos de Londres e de Nova Iorque. Em NY, por exemplo, notícia recente do jornal El País dá conta que o Uber já ultrapassou os táxis amarelos. Segundo a reportagem, “o preto é o novo amarelo”.

No Brasil os táxis movimentam R$ 15 bilhões de reais. Com um mercado cativo e de licenças controladas, o modelo de negócio não era forçado a melhorar. Isto não quer dizer que o modelo inovador não necessite ser regulado pelo Estado. Seja do ponto de vista da segurança, da fiscalização e de regras trabalhistas, como se apontou acima. Mas simplesmente se opor ao novo ou regular de forma antiga não vai funcionar. Os novos modelos de negócio são inevitáveis. Por que você não experimenta?

7 comentários

  • achei o artigo um canal aberto para um leque de ideias futuras muito mais ampla do que ja existe hoje, impulsionados para o acesso de tudo sem nos preocupar com a posse de tudo , nossa riqueza futura.

  • Olá Leandro, adorei o artigo. Estou pesquisando o tema direito e economia compartilhada. Gostaria de indicação de fontes, como artigos, papers etc. Obrigada

  • Acho o conceito de economia compartilhada incrível, esses dias achei um site muito legal, na qual moradores locais compartilham almoços e jantares na sua própria casa. Seria muito bacana uma matéria explicando isso.

  • Parabéns pelo post! É muito bom ver novas iniciativas na economia do compartilhamento aqui no Brasil. Eu tenho um blog chamado “Economia do Compartilhamento” e desejo que o conceito dessa nova economia se espalhe e cresça rapidamente. Fica o convite para acessá-lo.

    • Caro Rodrigo,

      Obrigado pelo comentário. Uma da vertentes do blog é trabalhar com as novidades da economia colaborativa e com as fintech’s, por exemplo. Vou entrar lá no blog. Vamos manter contato e apareça sempre por aqui.

      Abraço.

      Leandro Novais

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