Resgate da Previdência Privada: Quando é melhor fazer?

A previdência privada é um investimento de longo prazo, porém, muitos brasileiros não levaram isso a sério. Em outras palavras, em 2020, com a pandemia covid-19, o resgate da previdência privada feita pelos brasileiros chegou a R$82 bilhões, valor 16% acima de 2019 e o mais alto desde 2012 segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).

Hoje, vamos ver quais os impactos de um resgate da previdência privada feita de forma antecipada pode causar. Então, para descobrir os impactos de um resgate mal feito, conversamos com a Vanessa Pessoa, que é especialista em previdência privada e atua na LVL Seguros.

Agora, se você deseja evitar perdas no resgate da previdência privada, confira esse episódio no nosso podcast em todos os players acima, se preferir, assista ao vídeo no nosso canal do Youtube ou continue a leitura!

Esse texto possui os seguintes blocos:

Previdência Privada: Poucos entendem o que de fato é…

Em poucas palavras, a previdência privada é um investimento de longo prazo e que serve como complemento à previdência oficial, ou seja, o INSS. 

Com isso, a previdência privada, como o nome já diz, é uma forma de se aposentar independentemente do Estado.

Logo, o que você precisa é aplicar uma quantia inicial na previdência, através das seguradoras – que são empresas, como a Icatu, a SulAmérica, o BrasilPrev, ou mesmo os bancos Bradesco e Itaú – e, ao longo do tempo, você vai colocando quantias mensais na conta. Enquanto isso, o dinheiro aplicado vai sendo investido até o dia que você decidir fazer a retirada.

Entenda melhor como a previdência privada funciona aqui!

 

Por que não se deve tratar previdência privada como se fosse um investimento comum?

Antes de tudo, é importante destacar que a previdência privada é um tipo de investimento, porém, como falamos, é um investimento de longo prazo, ou seja, você não deve sacar sua previdência privada só porque deu vontade.

Isso ocorre pois a previdência privada possui um imposto de renda (IR) que te beneficia no longo prazo. Além disso, investimento e a previdência privada têm finalidades diferentes.

Ou seja, você pode fazer um investimento com o objetivo de comprar uma casa, um carro ou bancar uma viagem, enquanto a previdência privada, que é sempre impactada pelo imposto de renda,  tem como principal finalidade financiar a sua aposentadoria.

Então, se você tratar a previdência privada como um investimento comum, você pode acabar tendo perdas com tributações e pode chegar na sua aposentadoria com menos dinheiro do que esperava.

Lembre-se sempre, não é ideal que o resgate da previdência privada seja feito no médio e curto prazo e, além disso, se for preciso fazer, deve ser feito com cuidado para evitar perdas com os tributos! 

Confira as 6 razões para você investir em Previdência Privada!

 

VGBL e PGBL: você precisa entender o que essas siglas significam!

Bom, VGBL e PGBL são dois tipos de planos da previdência privada. Com isso, a principal diferença entre esses planos está na forma de tributação do imposto de renda sobre eles. Com isso, ao aplicar nesses planos, pode-se optar pela tabela regressiva ou progressiva, as quais explicaremos mais logo abaixo.

Ainda, vale ressaltar que você pode optar por ter investimentos em VGBL e PGBL simultaneamente, da mesma maneira que pode ter cada um deles em diferentes tabelas de IR.

 

PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre

O PGBL é indicado para as pessoas que entregam a declaração completa do imposto de renda e que possuem a intenção de investir até 12% de sua renda anual em previdência privada.

Pois, o PGBL possui o benefício fiscal de abater no imposto de renda até 12% da sua renda bruta anual.  

Por exemplo, caso a sua renda bruta anual tenha sido de R$100.000, você pode investir até R$12.000 em PGBL e se o fizer o imposto de renda que pagará incidirá sobre R$88.000. Dessa forma, você pagará menos R$ 3.300,00 de imposto no ano seguinte.

Porém, quando você fizer o resgate resgate total ou parcial da sua reserva em PGBL, o imposto de renda incidirá sobre o valor total resgatado e não somente sobre os rendimentos.

 

VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre

No plano VGBL, o IR também incide no momento do resgate da previdência e somente sobre o valor da rentabilidade da aplicação e não sobre toda a reserva.

Não é possível fazer deduções no imposto de renda, como ocorre no PGBL. Por essa razão, o VGBL é indicado para as pessoas que fazem declaração simplificada do imposto de renda ou para aqueles que não fazem a declaração.

 

O que vale mais a pena?

Por exemplo, se você quer investir mais que 12% da sua renda bruta anual em previdência privada, o indicado é investir 12% em PGBL para se ter o benefício fiscal e investir o restante em VGBL, por causa do imposto de renda que será cobrado somente sobre o rendimento.

Se você investir mais do que 12% da sua renda bruta anual no PGBL, não fará diferença, pois o benefício fiscal será de até 12%.

Entenda o básico sobre VGBL e PGBL!

 

Quais os cuidados que devo ter para evitar perdas?

Então, para evitar perdas, listamos abaixo alguns cuidados que você precisa ter antes de fazer resgate da previdência privada.

 

Imposto de renda

É importante entender como funciona o imposto de renda, pois ele afetará o rendimento líquido da sua previdência privada.

Tabela regressiva – O imposto de renda é maior no curto prazo

Se você optou pela tabela regressiva, aqueles que deixam os investimentos aplicados na previdência por um longo período se beneficiam mais. Confira a tabela abaixo:

Prazo do Investimento Alíquota
Até 2 anos 35%
De 2 a 4 anos 30%
De 4 a 6 anos 25%
De 6 a 8 anos 20%
De 8 a 10 anos 15%
Acima de 10 anos 10%

 

Como podemos ver, quanto mais tempo você deixa seu dinheiro aplicado, menor é a alíquota de IR que incide sobre o rendimento.

Dessa forma, se você resolveu resgatar a previdência no curto prazo, você pode pagar mais impostos e, consequentemente, não otimizar seus ganhos.

 

Tabela progressiva – Quanto maior o resgate, maior a tributação sobre ele

Se você escolher a tabela progressiva, você pode fazer resgates menores, pois, assim paga menos IR. Veja a tabela abaixo:

Base de Cálculo Anual Base de Cálculo Mensal Alíquota
Até 22.847,76 Até R$1.903,98 Isento
De R$22.847,88 até R$33.919,80 De R$1.903,99 até R$2.826,65 7,5%
De R$33.919,92 até R$45.012,60 De R$2.826,66 até R$3.751,05 15%
De R$45.012,72 até R$55.976,16 De R$3.751,06 até R$4.664,68 22,5%
Acima de R$55.976,16 Acima de R$4.664,68  27,5%

Atenção!

Sempre que você fizer um resgate estando na tabela progressiva, independentemente do valor, serão descontados 15% na fonte.

Entretanto, como na tabela progressiva os resgates compõem sua renda, você pode ter esse valor restituído na declaração de imposto de renda. Então, desde que o total da sua renda tributável fique abaixo de 22.847,76 no ano você pode receber de volta os 15% retidos na fonte.

Ou seja, se você ficou desempregado e escolheu, no momento da adesão do plano, esta tabela, você tem mais chance de se beneficiar. 

Ainda, vale ressaltar que esta tabela é indicada para quem tem salários menores pelo INSS , pois mesmo que você receba resgates ou renda pela previdência privada, ainda, estará submetido a uma alíquota mais baixa.

Veja esse conteúdo sobre o imposto de renda, conheça as regras e saiba em quais delas você se enquadra!

 

Não tenho opção, preciso fazer o saque da previdência, o que fazer?

Bom, se você é um profissional liberal ou perdeu o emprego e, com isso, você está sem renda, não tem onde tirar o dinheiro, você pode acabar precisando sacar do seu último recurso. 

Nesse caso, priorize os resgates no VGBL, isso pois nesse tipo de plano o IR incide somente sobre os rendimentos, enquanto no PGBL a tributação ocorre sobre os rendimentos e no principal investido.

Agora, se você tem investimento somente em PGBL e optou pela tabela decrescente (regressiva), priorize resgatar a reserva que está mais tempo aplicada, pois o IR incidido é menor. Dessa forma, se você precisa fazer o resgate, faça daquele que possui a menor alíquota de IR.

Além disso, se você precisa cobrir uma dívida de cheque especial, cartão de crédito ou quitar um apartamento, por exemplo, evite fazer resgates totais, isto é, faça resgates menores para pagar alíquotas menores.

Provavelmente, se você precisa resgatar a previdência é porque não houve um planejamento financeiro e, com isso, você não formou uma reserva de emergência para te salvar nessas situações. Por esse motivo, indicamos que você faça o nosso curso Jornada para o Equilíbrio Financeiro, pois é importante que você aprenda sobre poupança, investimento e reservas de emergência para não passar apertos financeiros!

 

Taxa de Saída: cuidado com ela!

Com o objetivo de estimular os investidores a  manter os recursos na previdência privada no longo prazo, algumas seguradoras e bancos de previdência privada estabelecem como restrição a taxa de saída. Ou seja, a taxa de saída é uma cobrança sobre o valor investido quando um resgate é feito.

Segundo a Vanessa, no momento, a maioria dos planos não têm taxa de saída, mas, as instituições que cobravam, usavam como base o tempo e valor de contribuição acumulada. Logo, quanto maior o tempo ou maior a contribuição, menor é a taxa de saída.

Dicas valiosas para você acertar na escolha do seu plano de previdência!

 

Sacar a previdência e reaplicá-la é uma boa estratégia?

 

Quando é uma boa estratégia…

É uma boa estratégia se você optar pela tabela regressiva e fizer o resgate na alíquota de 10%, pois você ganha 27,5% de volta se reaplicar. Não entendeu? Vamos a um exemplo:

Edu tem o plano PGBL com tabela regressiva há quase 20 anos, logo, uma parte dos seus aportes já está na alíquota de 10%. Em 2021, ele continuou tendo desconto de IR na fonte de 27,5%, ou seja, retirado do seu salário.

Para reduzir sua carga tributária de forma lícita, ele fará uso mais uma vez de aporte ao seu plano de previdência privada.

Com isso, o Edu pode lançar como despesa até 12% da renda bruta declarada à Receita Federal. Então, se Edu recebe R$100.000 ao ano, ele pode investir em previdência até 12 mil reais por ano e receber 27,5% do valor investido de volta. Ou seja, no ano seguinte Edu terá R$ 3.300,00 de retorno como incentivo fiscal.

Dessa forma, ele paga 10% de IR no resgate, investe o rendimento líquido e pode lançar a despesa como dedução na sua próxima declaração de imposto de renda e assim obter a restituição de IR correspondente (27,5% do valor aportado).

 

Quando é uma estratégia ruim…

Por outro lado, cada vez que você resgatar seu dinheiro, você pagará IR, dessa forma, resgatar e reaplicar os recursos da previdência, com frequência, podem ter efeito negativo sobre seus rendimentos.

Consequentemente, por causa desse custo, o que sobra é um valor líquido um pouco menor do que se ainda estivesse aplicado no plano.

Logo, fazer resgates e reaplicar, com frequência, representa maiores gastos com o Imposto de Renda. Por isso, os saques devem ser planejados e feitos com cuidado.

Descubra mais sobre a plataforma virtual da Receita Federal, que é um facilitador na vida de quem declara imposto de renda!

 

Quero resgatar a previdência antecipadamente, como diminuir a perda?

Ao longo do texto você percebeu que é importante evitar ao máximo os resgates antecipados da previdência privada, mas, se não for possível esperar, deixamos abaixo algumas dicas.

Primeiro, se você deseja maior rentabilidade, não é necessário fazer o resgate da previdência privada por essa razão. Pois, os recursos estão aplicados em fundos, logo, esses podem ser trocados por outros tipos de fundos. 

Além disso, você pode mudar de aplicação sem sacar o dinheiro, com isso, você deixa de pagar o IR. Também, se você deseja fazer a portabilidade dos seus recursos, é possível fazê-lo sem fazer um resgate.

Em caso de extrema necessidade, ou seja, você não tem de onde tirar renda, optar por fazer resgates menores é uma boa opção, dessa forma, o impacto do IR será menor. Lembre-se, o saque da previdência privada só pode ser feito a cada 60 dias, por isso, planeje-se de acordo com o tempo de carência!

Como destacado durante o texto, priorize os resgates no VGBL,  pois nesse tipo de plano o IR incide somente sobre os rendimentos, enquanto no PGBL a tributação ocorre sobre os rendimentos e no principal investido.

Por fim, você pode entender qual é o melhor cenário para sua situação usando nosso simulador de aposentadoria e, também, o nosso simulador de investimento em renda fixa e comparar os resultados. 

Educando Seu Bolso
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Resgate da Previdência Privada: Quando é melhor fazer?
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147 comentários

  • Boa tarde gostaria de saber sobre uma questão, tenho um plano que foi contratado em 02/08/2012 o VGBL Progressivo, e foi realizado uma contribuição única no valor de R$ 40.410,00 que só irei usufruir em 2051
    Atualmente está com um saldo total de R$ 104.135,53

    O que aconteceria se eu fizesse um resgate parcial no valor de até R$ 1.500,00 ou menos desse plano
    O que esse resgate me causaria no futuro? o que alteraria no plano e no IR? Terei que pagar algum valor?

    • Boa tarde Marcos Vinícius e parabéns por cuidar do seu futuro! Seu exemplo mostra em números o quão importante é colocar o dinheiro para trabalhar por nós.

      Sobre sua dúvida, você pode fazer resgates parciais com carência entre eles de 60 dias. Não há impacto algum sobre a possibilidade de usufruir dessa reserva lá em 2051, seja convertendo em renda mensal, seja resgatando toda a reserva de uma única vez.

      Incidirá IR de 15% na fonte sobre os rendimentos proporcionais ao valor desse pequeno resgate (1500). Além disso, na DIRPF23 você deve lançar esse resgate como renda tributável e fazer a complementação de acordo com sua alíquota de IR, se estiver na de 27,5%, deverá pagar mais 12,5%.

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  • Fiquei com dúvida na explicação de quando é uma boa estratégia sacar do PGBL. Entendo perfeitamente que temos que manter no mínimo 10 anos para pagar a menor alíquota do IR. Porém achei confuso o exemplo do Edu. Pode explicar melhor esta parte? Grato.

    • Boa tarde, Hugo.

      Acho que talvez você esteja imaginando que há mais no exemplo do que realmente existe. De toda forma, vamos lá.

      Recuperando o exemplo “se Edu recebe R$100.000 ao ano, ele pode investir em previdência até 12 mil reais por ano e receber 27,5% do valor investido de volta. Ou seja, no ano seguinte Edu terá R$ 3.300,00 de retorno como incentivo fiscal”.

      Analisando entradas e saídas:
      1 – em out/22 aporte de 12k,
      2 – em out/23 restituição de IR de 3,5k (3,3k atualizados pela selic),
      3 – em out/32 resgate do pgbl no valor de 39,6k (presumindo rendimento do PGBL de 100% do cdi mensal de 1%),
      4 – em out/32 desconto na fonte de 4k (10% na regressiva).

      A Taxa Interna de Retorno desse investimento é de 14,8%, superior aos 11% que você receberia líquido de IR se não aportasse ao PGBL.

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  • Boa noite, fiquei com uma dúvida, no PGBL com tributação regressiva em caso de resgate, será tributado independente do valor resgatado ou tem a mêsma regra do progressivo? Por exemplo se resgatar os 1.900 mensais fica isento?

    • Bom dia, Carlos.

      Na regressiva não importa o valor, o IR é descontado na fonte mesmo só com base no prazo.

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  • Caros, bom dia

    Parabens pelo texto, muito esclarecedor, fiquei ontem tentando falar com o Bradesco e depois de inumeras tentativsas, falei com uma pessoa muito atenciosa, mas pelo jeito as informacoes estavam erradas, pois informou que pagarei 15% de imposto de qualquer forma se resgatar.
    Bom, tenho uma previdencia regime PGBL, ha mais de 11 anos no regime progressivo, estou fora do pais e nao tenho previsao de voltar a contribuir, porem nao tenho urgencia de saque tambem, pelo explicado acima posso fazer saques mensais de ate R$1.903,00 que estaria isento de imposto, seria este o entendimento correto?
    Como o texto original eh de Setembro de 2021 gostaria de confirmar tambem se estas regras são as mesmas ainda?
    Mais uma parabens pelo artigo e obrigado pelo trabalho prestado.

    • Bom dia, Fábio.

      Primeiramente, quero confirmar que o texto permanece atual e tem sido extremamente acessado. Incrível como há dúvidas sobre o assunto!

      Ressalto porém, que se sua tabela é a progressiva, a atendente do Bradesco não se enganou. Há desconto na fonte dos 15% em resgates de qualquer montate. Se você ainda declara IR no Brasil e não tem outra fonte de renda tributável, pode receber restituição do IR pago sobre resgates até o limite da tabela progressiva de IR, ou os R$1903 mensais a que se referiu.

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      • Oi Ferederico, bom dia!
        Obrigado pelo retorno rápido, no caso este ano ainda irei declarar então vai entrar com renda tributada desta forma, no proximo creio que nao terei renda para declarar talvez seja melhor esperar então.
        De toda forma teria que ser dclaracao detalhada para conseguir esta restituicao?
        Mais uma vez obrigado e seguindo vcs nas redes..

        • Sim Fábio, o aporte em previdência privada só funciona como despesa dedutível na declaração completa de IR. Na simplificada pouco importam suas despesas, aplica-se 20% sobre sua renda total tributável como um desconto padrão. Só não sei se entendi a parte em que você diz que ainda vai declarar esse ano. O prazo final para a DIRPF22 foi 30/04/22. Atente-se para o fato de que despesas e receitas do ano base 2022 devem ser declaradas na DIRPF de 23, ou seja, até 30/4/23.
          Abc

          • Oi Frederico, no caso seria nao despesas mas como receita no caso de saque certo?
            Se entendi soh consigo reaver os 15% descontado se fizer a declaracao completa certo?
            Sim, esclarecendo que me mudei este ano (2022), entao ainda declaro este ano na DIRF de 23… isto mesmo.
            Obrigado

            • Sim Fábio, aportes na previdência privada são despesas dedutíveis e resgates devem ser tratados como receitas para fins de IR.

              Sobre sua 2a. dúvida, a rigor, a declaração simplificada também pode lhe proporcionar restituição sobre esses 15% descontados na fonte no resgate. Se, por exemplo, essa tiver sido sua única renda do ano, você deverá lançar o valor do resgate como renda tributável e receberá o benefício do desconto simplificado de 20% que a Receita oferece a todos que optam por esse tipo de declaração.

              Finalmente, sobre seu terceiro ponto, note que apenas se mudar de país não é suficiente para alterar sua condição tributária perante o país de origem. Há alguns procedimentos a serem feitos como por exemplo a Declaração de Saída Definitiva do País (DSDP). Ela é a declaração de imposto de renda que deve ser entregue à Receita Federal por quem está deixando o país com ânimo definitivo, ou seja, não pretende voltar a morar (residir) no Brasil, ou por quem se enquadre na condição de não residente.

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    • Bom dia, Cristina.

      O dinheiro resgatado é seu e está livre para o uso que você quiser. Dois lembretes apenas:

      1) A poupança não é hoje o investimento que mais rende. Para ver a diferença de rentabilidade dela para melhores opções de renda fixa sugiro que use nosso simulador gratuito de investimentos; e

      2) Se seu VGBL estava na tabela progressiva de IR, dependendo de sua renda tributável em 2022, você pode ter que complementar o pagamento de impostos na DIRPF de 2023. Portanto, não se esqueça de separar uma grana para isso.

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  • Boa tarde.
    No texto, quando você fala: “Dessa forma, ele paga 10% de IR no resgate, investe o rendimento líquido e pode lançar a despesa como dedução na sua próxima declaração de imposto de renda e assim obter a restituição de IR correspondente (27,5% do valor aportado).”
    O que quer dizer com “pode lançar a despesa como dedução na sua próxima declaração”? Lançar que despesa, onde?
    Muito obrigada!
    Leandra

    • Boa tarde, Leandra.

      Deixe-me tentar melhorar. Digamos que você fez um aporte de 5mil 10 anos atrás e ele hoje vale 10mil reais. Resgate os 10mil, pague IR de 10% (1mil) e reaplique os 9mil restantes de novo em PGBL. Supondo que você tenha renda tributável, essa pode ser a sua contribuição do ano de 2022. Lance então os 9mil como despesa dedutível na DIRPF23 e receba restituição relativa a esse “gasto”, até o limite de 27,5% – se essa for a sua alíquota.

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  • Fiz um PGBL em 2010 entretanto ele foi feito no regime progressivo. Fiz a portabilidade para a XP em 2019 e hoje estou com uma dívida e gostaria de sacar esse recurso para parte amortizar (50% do valor, cerca de 30.000) e aplicar o restante em uma aplicação melhor. Sou funcionária publica e minha renda anual acarreta um imposto de 27,5%. Caso fosse realizar o saque hoje, pagaria os 15%, mais a tributação no próximo ano, correto? Nesse caso, o que seria melhor? Retirar a cada 60 dias parte desse valor? Quanto seria interessante? Abaixo de 1900 eu estaria isenta de IR? Ou isso do valor mensal total dos recursos que recebo (salário + recurso previdencia)? Obrigada

    • Ei Juliana.

      Se sua renda está na faixa de tributação de 27,5%, o IR sobre quaisquer resgates no seu PGBL deverá ser complementado na DIRPF do ano seguinte até os mesmos 27,5%. O máximo que você pode fazer é adiar o saque para jan/23 assim os 12,5% restantes só seriam devidos na DIRPF de abr/24. Porém, como você disse que vai amortizar dívida, pode ser que o custo desse dívida por mais 2,5 meses seja maior do que o ganho decorrente da aplicação financeira da complementação de IR.

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  • Muito obrigado, nos folders das empresas aparece que o pgbl progressivo o imposto pago seria de 15%, não informando sobre o ajuste que pode chegar às 27,5%. Minha dúvida seria se no caso de retirada o valor se somaria ao recebido pelo INSS.
    Por exemplo se recebido 1 salário mínimo de INSS soma-se a retirada do pgbl.
    No caso também vi no app da corretora que posso migrar de progressivo para regressivo, mas o contrário não.
    Essa opção é verdade? Posso trocar de progressivo para regressivo?

    • Bom dia, Hamilton.

      O resgate do PGBL na progressiva se junta às demais rendas tributáveis que você possua. A partir do mês do aniversário em que o aposentado ou pensionista completa 65 anos, ele passa a ter direito a isenção sobre esses rendimentos no valor de R$ 1.903,98 por mês ou R$ 24.751,74 no ano.

      Sobre a migração é isso mesmo. Há o incentivo para alongar o investimento, torná-lo de maior duração, por isso pode-se ir para a regressiva, sem essa possibilidade de se arrepender (se quiser sair, tem que sacar e pagar mais IR). Em resumo, dependendo do seu horizonte temporal, pode valer a pena migrar, mas dependendo da sua idade e faixa de renda, isso pode não ser necessário. Se você possui um bom valor em previdência e não está seguro para tomar a decisão, sugiro nossa consultoria em previdência.

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  • Bom dia!
    Possuía um plano de previdência da Toyota Previ, mas decidi efetuar o resgate para quitar todas as minha dívidas (sei que não é das melhores estratégias, mas fiz isso, para zerar todas as dívidas e diversificar meus investimentos).
    Enfim, aderi o plano sobre tributação regressiva em 08/2012, efetuei o resgate agora em 09/2022, mas para minha surpresa, mesmo à mais de 10 anos no plano, o valor veio descontando aprox. 27% de IR, ao meu entender, isso está incorreto pelo meu tempo de plano, certo?
    Desde já agradeço.

    • Bom dia, Ricardo.

      Se você ouviu nossos demais podcasts sobre previdência, verá que comentamos que cada aporte tem sua alíquota. Ou seja, quando se faz um resgate total ou mesmo conversão em renda apura-se a média. Imagino que foi o que ocorreu no seu caso. Se você aportou todo ano, tem aportes a 10% mas também a 35% e isso pode ter gerado uma média de 27%. Confirme se não foi isso, pfv.

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  • Boa Noite, Frederico!
    Antes de tudo, quero parabenizá-lo por disponibilizar sua atenção e conhecimento.
    Então, fiz um BrasilPrev em 09/04/01 na época, conhecido como tradicional (renda garantida), com data para aposentar em 09/04/23.
    Estou pensando em sacar tudo antes da data prevista para aposentar, pois o valor da renda vitalícia não me agradou, e pior ainda, a opção por prazo certo (que me pagaria 50% menos da renda vitalícia).
    Diante ao exposto, solicito a gentileza de informar se, em caso de resgate total do saldo, qual seria o percentual do IR que teria que pagar?
    Ouvi algumas pessoas falando que seria 27,5% e outras 15%, qual seria o percentual correto? Grato

    • Bom dia, Edson.

      Cara, que bom que você fez esse plano lá atrás. Parabéns!

      Veja, esses planos antigos tem a tabela progressiva do IR e nela você pode pagar até 27,5%. 15% ficam retidos na hora do resgate e no ano seguinte há o ajuste, quando você pode pagar mais 12,5% ou até ter os 15% devolvidos. Aí depende da sua declaração.

      Agora me assusta estarem te oferecendo uma renda que não seja interessante. Se você quiser falar a tábua atuarial, saldo atual, quanto contribui mês (se contribuiu) e data de nascimento, podemos encaminhar para nossa consultora parceira, ela faz a projeção em outras seguradoras (fora da Brasilprev) e lhe enviamos. Bom, se preferir não expor essas informações por aqui e quiser entrar em contato direto com ela segue o email [email protected]

      Espero ter ajudado. Se também quiser nos ajudar, gostaríamos de pedir um testemunho sobre o nosso trabalho no linkedin, que assine e avalie nosso podcast ou mídias sociais em youtube, instagram, twitter ou facebook e que compartilhe nosso conteúdo ou clique nos nossos links sempre que possível. Isso não custa nada pra você e nos auxilia a continuar ajudando um montão de gente.

  • Boa noite. Tenho dinheiro aplicado há 20 anos na previdencia pgbl. Gostaria de saber se resgatando o valor total para aplicar em outros investimentos (como cdb) valeria a pena. Hoje, estaria pagando cerca de 25% de I.R para o resgate.

    • Boa noite, Carolina.

      Parece que você contratou seu plano antes do nascimento da tabela regressiva e perdeu a oportunidade de migrar em 2002, quando ela foi criada e deu prazo para migração até 2005. Aqui já vai o primeiro conselho. Você de fato optou por manter o regime original ou, como outros aqui e lá no post s/ igpm +6%, reclamam terem solicitado a migração sem sucesso. Essa “causa” pode te levar de 25% para a alíquota de 10%. Que tal?

      Além disso, sugiro que verifique a tábua atuarial do seu plano at-49 ou at-83 tem ótimos fatores de conversão em renda mensal e tendem a ser mais vantajosas do que resgatar e reaplicar, onde inclusive se antecipa o recolhimento do IR.

      Se está pensando em resgatar e reaplicar, imagino que a rentabilidade não esteja lá grandes coisas. Alternativa meos drástica seria portabilidade entre fundos ou mesmo entre seguradoras. Dependendo da sua idade é possível converter em renda e, nesse caso, algumas seguradoras garantem rentabilidade real acima da inflação, ou seja, faz diferença estar numa Brasilprev ou em uma Icatu da vida.

      Se precisar de ajuda com tudo isso, temos a consultoria em previdência para te ajudar. Lembre-se que essa é uma decisão que geralmente vale muito dinheiro.

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  • Bom dia!
    Fiquei com uma dúvida, no caso dos fundos de pensão, o imposto de renda é pago somente sobre os rendimentos do fundo ou sobre o saldo total sacado?

    • Boa noite, Cássio e obrigado por sua dúvida.

      Só me certificando, por fundos de pensão você se refere à Petros, Valia, Previ, Funcef, Postalis, etc… Bom, nesses casos, a tributação costuma ser sobre valor total resgatado, até porque você usa o aporte como despesa dedutível. Ou seja, a regra é simples, se te economizou IR no aporte, vai incidir IR também sobre o principal no resgate.

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  • Bom dia. Gostaria de saber após o cumprimento do prazo de 60 dias o dinheiro será desbloqueado na previdência. Quais as desvantagens em retirar todo o valor e tem como cancelar a conta privada ?
    Pois tenho 4 mil e fiz o investimento no em agosto desse ano ?

    • Boa tarde, Eri.

      Sim, resgates em previdência só podm ser feitos a cada 60 dias.

      Você pode sim resgatar tudo, as desvantagens são que você não terá mais uma reserva de previdência privada para futuro, além de poder pagar mais Imposto de Renda do que se tivesse feito um investimento financeiro de curto prazo qualquer, como um cdb. Devo dizer que não é comum iniciar uma conta de previdência e um mês depois já precisar resgatá-la toda.

      Para cancelar, acho que só judicialmente, provando que o processo de contratação não contou com os esclarecimentos necessários por parte do gerente ou corretor.

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  • Uma dúvida sobre resgatar do PGBL e reaplicar, considerando que há valores com alíquota de 10%. Posso fazer isto no mesmo ano e mesmo assim obter a redução no IR a ser pago? Por exemplo: posso resgatar um determinado valor em setembro e reaplicar em dezembro do mesmo ano e utilizar o valor aplicado como abatimento na declaração de IR a ser entegue em abril do ano seguinte?

    • Pode sim, Maurício.

      O que conta pra Secretaria da Receita Federal são os aportes apenas, eles não consideram o líquido.

      Muita gente faz isso inclusive. Especialmente aqueles que estão na previdência só pela vantagem tributária e não querem aportar novos recursos. Eles resgatam do que já atingiu 10 anos e que não traria mais vantagem alguma se ficasse aplicado por mais tempo. Com o mesmo recurso, fazem nova aplicação, para começar a contar tempo do zero. Assim, obtem a restituição a 27,5% e com o passar do tempo vão pagar 10% lá adiante.

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  • Parabéns pelo texto. As melhores explicações que já encontrei na internet. Tenho uma vgbl regressiva no bb e iria fazer a portabilidade para a Xp. Porém deu zica, essa previdência está no cpf da minha filha, e pra continuar eu teria que fazer uma conta pra ela na Xp, e outra conta corrente no bb para aportar mensalmente. Agora estou seriamente pensando em sacar porque o rendimento é horrível. Hoje tem 7 anos e cerca de 13 mil reais. O quanto pago de imposto e taxa para sacar? Vale a pena sacar e fazer outra previdência na Xp com rentabilidade melhor? Ou aplicar em outra coisa? Obrigado

    • Boa tarde, Eron. Primeiramente, deixe-me dizer que ficamos muito felizes com seu elogio, ele recompensa o nosso suado esforço aqui.

      Sobre sua dúvida, com 7 anos na regressiva você ainda está na alíquota de 20%. Como é VGBL o IR incide sobre rendimentos apenas, ou seja, seu IR seria de 2,6mil ou 20% de 13mil. Se aguentar mais um ano a alíquota cai pra 15% e mais 3 anos diminui para 10%, que é o que recomendo.

      Se você não está satisfeito com a rentabilidade desse plano especificamente, sugiro avaliar a portabilidade interna à BrasilPrev, eles tem uma porção de planos e alguns fundos são melhores do que outros. Já avaliou isso?

      Em último caso, com o processo de abertura de contas bastante facilitado atualmente, não descarto mesmo a opção da conta pra sua filha (dependendo da idade é claro).

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      Abraço.

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