Qual a melhor forma de garantir a aposentadoria do casal?

“Tenho 46 anos e minha esposa, 47. Trabalho em área insalubre e me aposento aos 25 anos de serviço, faltam 5 anos. Contribuo com o teto para o INSS. A empresa em que trabalho ( Companhia Siderúrgica Nacional ) possui uma previdência privada para funcionários que complementa o salário de quem se aposenta. Minha esposa, é lógico, é minha dependente e nunca trabalhou de carteira assinada. Comecei a pagar o INSS dela a 6 meses. Minha dúvida é: Vale a pena pagar o INSS dela por esses 15 anos ? Ou aumentar minha contribuição na previdência privada da minha empresa onde vou me aposentar daqui a 5 anos ?”
LÊNIO – POR E-MAIL

 

Prezado Lênio,

Há pouco mais de um mês, respondemos à Talita, que tinha uma dúvida semelhante à sua. Apesar de o caso dela ser mais simples que o seu, por não envolver a combinação de duas pessoas, a resposta é parecida.

Para responder à sua pergunta, é necessário considerar várias questões, como por exemplo, se compensa ou não pagar o INSS, e quanto; se vale ou não a pena pagar a previdência e quanto; por quanto tempo, etc. Além disso, qual seria a taxa de administração desse plano de previdência privada? As contribuições para a previdência privada seriam maiores que os 12% da sua Renda Bruta Tributável?

Enfim, muitas variáveis, muitas possibilidades. Mesmo assim, sem conhecer maiores detalhes, eu diria que você deveria continuar pagando o INSS para sua esposa, o mínimo necessário. E, se sobrar dinheiro, aplique num plano de previdência privada.

Explico melhor: ao contribuir para o INSS, você garante a ela alguns benefícios sociais que estão embutidos no regime geral de previdência social e dos quais ela não conseguiria usufruir, caso precise, se tiver apenas uma previdência privada. São vários esses benefícios, como por exemplo o auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez e a pensão por morte. Sugiro que você contribua para o INSS com o mínimo possível (veja os valores na resposta à Talita), para garantir esses benefícios.

O lado negativo de contribuir para o INSS é que a grana que você aplica lá na verdade está pagando os aposentados de hoje, ou seja, sua grana não fica separada do resto do bolo. Com isso, você não consegue nem escolher qual o tipo de investimento mais adequado às suas necessidades e perfil nem acompanhar a rentabilidade do seu dinheiro ao longo do tempo.

O mesmo não acontece com os planos de previdência privada. Além disso, a concorrência entre os bancos permite que você “dê uma olhada na vitrine”, compare as várias alternativas disponíveis e, depois, escolha aquela que mais lhe interesse em termos de custos e de perfil de investimento.

Falando nesse perfil, já que não falta muito tempo para você se aposentar, sugiro que escolha planos cujo perfil seja conservador ou moderado, no máximo. Os fundos mais arrojados são mais adequados para quem fica bastante tempo com os recursos aplicados. Nesse caso, eventuais quedas nos preços dos investimentos que ocorrerem no curto e médio prazos têm mais tempo para serem revertidas. Por isso, no seu caso, um pouco de prudência na escolha do perfil de risco do fundo evitará sustos com desvalorizações do seu investimento pertinho do momento de saída do plano.

Caso tenha mais interesse pelo assunto de previdência privada, já tratamos dele em outras ocasiões aqui no blog (ouça aqui e leia aqui mais detalhes sobre o assunto).

No mais, continue atento ao nosso blog e, caso tenha alguma outra dúvida, fique à vontade para nos escrever novamente.

Um comentário

  • Olá,
    Gostei do seu blog, aguardo mais matérias sobre assuntos relacionados ao último artigo que li.
    Para mim, que sou um iniciante no assunto, são dicas muito importantes e que me ajudam muito a crescer.

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