Refinanciamento de Imóveis

Refinanciar um imóvel pode ser uma forma de conseguir empréstimo bancário a juros mais baratos (ou menos caro, para ficar mais realista). A grosso modo, é uma modalidade de crédito em que a pessoa que possui um imóvel quitado (algumas instituições financeiras sequer exigem que esteja totalmente quitado, mas analisam o crédito até determinado percentual de endividamento remanescente) pode obter empréstimo como se o imóvel não fosse dela e ela estivesse adquirindo-o.

Se por um lado pode assustar um pouco, pois o sonho da casa própria é particularmente arraigado à cultura brasileira, e voltar a financiá-lo pode trazer certo grau de insegurança, por outro viabiliza a saída para devedores crônicos, que podem quitar o cartão de crédito, o cheque especial, dentre outras modalidades de empréstimo. Como o imóvel é dado em garantia do empréstimo, o tomador do empréstimo geralmente consegue taxas mais atrativas do que a encontrada em diversas outras modalidades de crédito. A título de ilustração, os juros do cheque especial estão na ordem de 10% ao mês, os juros do rotativo do cartão de crédito giram em torno de 12,5% ao mês e através do refinanciamento de imóvel você pode conseguir empréstimos por menos do que 1,5% + inflação (IPCA), ou seja, abaixo de 3% ao mês. Neste ponto acredito ser importante ressaltar que as taxas variam conforme instituição financeira, para mais ou para menos. Os números apontados representam apenas valores aproximados, para que possamos calcular os impactos aproximados a seguir.

A título de ilustração, preparamos uma planilha (abaixo) para apresentar o impacto dessas taxas de juros em médio e longo prazo. Vamos assumir uma dívida inicial de R$10.000,00 e as 3 taxas, sem pagamentos mensais (apenas para ilustração).

Mês

 Refinanciamento

 Cheque Especial

 Cartão de Crédito

0

                     10.000,00                      10.000,00                      10.000,00

1

                     10.300,00                      11.000,00                      11.250,00

2

                     10.609,00                      12.100,00                      12.656,25

3

                     10.927,27                      13.310,00                      14.238,28

12

                     14.257,61                      31.384,28                      41.098,91

24

                     20.327,94                      98.497,33                    168.912,01

36

                     28.982,78                    309.126,81                    694.209,91

48

                     41.322,52                    970.172,34                2.853.126,83

Como pode perceber, com taxa de 3% ao mês, a dívida salta de R$10.000,00 para R$41.322,52. Muito, não é? Pelo menos eu considero muito alto ter que pagar 4 vezes pelo que tomei emprestado em prazo tão curto (4 anos, ou 48 meses). Muito pior, no entanto, é dever no cheque especial ou (ainda mais crítico) o rotativo do cartão de crédito. Veja como o valor se multiplica nas outras modalidades: uma dívida de R$10.000,00 chega a R$970.172,34 no cheque especial e absurdos R$2.853.126,83 no cartão de crédito. Uma Mega Sena!

Não estou tentando sugerir – em momento algum – que 3% ao mês seja uma taxa atrativa para se contrair empréstimos. Mas se você já está endividado – em taxas mais altas, como provavelmente ocorre – trocar a dívida pode representar uma fantástica redução de despesas. O ideal é não se endividar, como sabemos, especialmente no Brasil, onde não há dinheiro barato. Mas se a dívida é inevitável, que seja na menor taxa possível. E é neste cenário que o refinanciamento imobiliário se coloca: você pode pagar menos de juros (ainda que muito) se tiver um imóvel próprio e disposição em entregá-lo como garantia do empréstimo.

Até a próxima.

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