Financiamento coletivo: a vaquinha entre investidores

Mais um post sobre novidades e inovações em finanças. Depois da economia compartilhada, do atacarejo e das compras coletivas, vale a pena falar um pouco sobre o financiamento coletivo, que é a expressão em português do que comumente se chama em inglês crowdfunding. Você já ouviu falar dessa expressão?

De maneira geral, o financiamento coletivo consiste em uma forma de obtenção de recursos/capital de múltiplas fontes, enfaticamente utilizando plataformas na internet, com destaque para pessoas físicas interessadas em uma iniciativa/empreendimento. As iniciativas podem ser inúmeras: artistas viabilizando o seu trabalho; iniciativas de software livre; ajuda a regiões atingidas por desastre; pequenos negócios e startups, entre outros.

Normalmente, o empreendedor estipula uma meta de arrecadação para que o projeto seja viabilizado. Se a meta não for atingida, o financiamento não alcançou os resultados almejados e o montante é devolvido aos investidores. Em caso positivo, o investidor recebe algum tipo de recompensa. Na hipótese do financiamento coletivo de pequenos negócios, normalmente o investidor recebe títulos de dívida conversíveis da empresa iniciante. Esses títulos podem ser trocados por ações da companhia no futuro.

Entre os exemplos de modalidades, gostaria de enfatizar o caso dos pequenos negócios e startups. É o que se convencionou chamar de equity crowdfunding. Não só porque este é um público potencial do blog, mas essencialmente porque inúmeras companhias – no seu nascimento – encontram dificuldades para deslanchar em razão da falta de investimento ou de obstáculos na obtenção de crédito/empréstimos. Exatamente por isso, algumas plataformas na internet fazem o serviço do financiamento: juntam quem precisa de recursos a potenciais investidores e credores. Reduzem, assim, custos de burocracia e de transação. Tais serviços já movimentaram R$ 435 milhões em recursos, desde abril do ano passado.

No financiamento coletivo para pequenas empresas podemos encontrar duas plataformas que ofertam negócios e alternativas diferentes. A primeira – mais robusta – junta o empreendimento/empreendedor com o investidor diretamente. São as chamadas peer-to-peer investing. É o caso da compra de títulos de dívida da empresa. Ao invés do investidor comprar ações no mercado de capitais, adquire títulos da empresa iniciante.

O investimento coletivo ainda carece de regulação específica, embora os casos iniciais tenham sido todos comunicados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), já que há efetivamente compra de papéis. Como o assunto é novo, inclusive nos Estados Unidos (lá o financiamento é permitido com base no “Jumpstart Our Business Startups Act” – Jobs Act, na sigla em inglês), há limitações quanto aos valores de investimento. A captação de cada investidor tem girado em torno de R$ 1.000,00. E tem sido direcionado para micro e pequenas empresas (MPEs) – juridicamente, sociedades limitadas – que não podem ofertar cotas da empresa, mas títulos de dívida.

As plataformas mais interessantes são a Broota (www.broota.com.br) e a F(x) (www.fdex.com.br). As plataformas – se o negócio vai adiante – ficam com 7 a 7,5% do valor estipulado para o financiamento.

Na segunda hipótese, o modelo de negócio reside na oferta direta de crédito por credores cadastrados, como bancos de variados portes e fundos de investimento. As plataformas, portanto, cadastram inúmeras instituições tradicionais de crédito e as colocam em contato direto com o empreendedor. Ao invés de buscar empréstimos em uma instituição de cada vez, a solicitação de crédito é avaliada – de uma vez só – por várias instituições, o que reduz os custos de obtê-lo. Além disso, como o modelo oferece maior concorrência na apresentação das propostas, há boas chances de redução nas taxas.

Essa segunda hipótese carece ainda de maior sofisticação. Por exemplo, é indispensável para quem empresta conhecer as condições de pagamento de quem solicita o crédito. Essas etapas de verificação ainda demandam tempo e são custosas. De qualquer forma, juntar em um mesmo local os principais agentes de crédito é, sem dúvida, tornar mais fácil e ágil o processo. Exemplo aqui: Biva (www.biva.com.br). Os custos de cada uma variam e devem ser checados nos respectivos sites.

Como tudo que é muito novo, cautela é sempre indispensável! Mas alternativas ao financiamento tradicional estão só no começo. A internet é o modo de partida para a inovação, para redução de custos, e para aproximar empreendedores dos seus investidores. Vamos fazer uma vaquinha?

2 comentários

  • temos uma pequena empresa. em 2012 começou a seca dai pra frente as coisas começaram a declinar com a falta de leite deixemos de produzir doces e queijo. dai pra frente tivemos que vender o corro pra comprar ração para escapar o gado por quer o banco não deu financiamento! nós ficamos só com o gado queriamos (vinte mil)20000 pra comprar um corro usado já é bom de mais?

    • Bom dia Ana.

      Ficamos tristes com a situação e temos esperança de que as coisas vão mudar pra melhor em um futuro não muito distante.

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      Grande abraço e obrigado pela confiança,
      Frederico

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