Uma publicação recente mostra que o brasileiro parece valorizar bem o seu dinheirinho. A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Perfil do Consumidor Brasileiro, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 15.414 pessoas em 727 municípios, teve o objetivo de conhecer melhor o consumidor brasileiro. Resumo a seguir alguns dos achados mais interessantes.
A maioria dos brasileiros costuma comparar preços antes de adquirir produtos. Esse comportamento é mais frequente (80%) na faixa de renda mais baixa do que na dos que vivem “na cobertura” (68%). As mulheres são mais afeitas a comparar preços do que os homens, na maioria das categorias de produtos. A exceção é a compra de veículos, em que ocorre o inverso.
Na hora de comprar um bem de maior valor, 78% dos brasileiros costumam barganhar preços. Quase dois terços (64%) dos entrevistados esperam por saldões e promoções para efetuar compras desses bens, algo prudente e racional. Novamente, as mulheres aparecem melhores na fita do que nós, homens, nesse quesito “promoções”.
Essa preocupação com custos aparece em outro item da pesquisa, em que o preço baixo ou menor preço aparecerem em primeiro na lista de critérios de escolha de bens de maior valor. De certa forma, isso tem a ver com o fato, negativo ao meu ver, de que três quartos dos brasileiros compram produtos no comércio informal. Mais informalidade, menos impostos, menor preço: simples assim. Paradoxalmente, tanto essa busca por preços mais baixos quanto as compras no mercado informal vão de encontro ao segundo item da lista de critérios de escolha, que é a preocupação com qualidade e durabilidade do produto. Qualidade nem sempre anda junto com menor preço e muito menos com produto comprado em comércio informal.
A maioria dos consumidores procura se informar antes de comprar produtos de maior valor. Visitas a lojas especializadas, perguntas a parentes e amigos, procuras em jornais e revistas, e também nos sites das lojas são alguns dos métodos mais utilizados na busca por informações. Além disso, antes de efetuar a compra desse tipo de produto, dois terços dos consumidores brasileiros buscam informações sobre serviços pós-venda (assistência técnica, atendimento ao cliente e garantia). Nesta fase, enquanto, curiosamente, a propaganda e o fato de o produto ser um lançamento foram os dois fatores menos importantes, preço, qualidade, especificações e funcionalidades do produto foram os mais valorizados.
O consumo de energia dos aparelhos é levado em conta por 72% dos consumidores na hora de comprar eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Além disso, 40% dos entrevistados disse que o impacto ambiental é levado em conta na hora de comprar um produto e 50% estariam dispostos a pagar mais caro por bens cuja produção é ambientalmente correta.
Se você se sentiu bem representado por esses resultados, meus parabéns, você parece valorizar bem o seu suado dinheiro! Mas me diz uma coisa: você tem a mesma postura quando vai visitar o seu gerente no banco? Você compara e barganha preços, busca informações detalhadas sobre produtos e serviços, pesquisa sobre alternativas na concorrência? Sim, também? Parabéns, duplamente! Mas saiba que, infelizmente, não é esse o comportamento comum do brasileiro quando “vai às compras” no seu banco, que muitas vezes se aproveita pra nadar de braçadas. O que você está esperando para mudar essa realidade? Faça bonito nas lojas e no seu banco também.
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