5 dicas para excesso de tecnologia – e informação – não prejudicarem seu bolso

Não é incomum, hoje em dia, que smartphones nos ajudem a acompanhar nossos amigos, nos mantenham atualizados com as últimas notícias ou que até mesmo nos possibilitem pagar nossas contas sem sequer precisarmos ir ao banco. Estarmos sempre conectados parece vantajoso, mas quase sempre realizamos multitarefas: fazemos muitas coisas ao mesmo tempo sem percebermos. Somos bombardeados com excesso de informação o tempo todo, mas raramente dedicamos tempo suficiente digerir cada informação como deveríamos.

 

Você se identifica com essa situação? Afinal de contas, quando o assunto é finança você tem foco ou se perde no meio desse excesso de informação? Quando o assunto é dinheiro, tomar a decisão mais acertada até para economizar no dia a dia requer informação, mas só isso não é o suficiente: é preciso saber quais dessas informações realmente importam, e o que fazer com elas.

 

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Mas como decidir com esse excesso de informação?

Até agora, nenhuma novidade, se você está conectado, provavelmente já está sofrendo com essa avalanche de informação. Não faz muito tempo e sofríamos do oposto: o problema era a escassez de informações dificultando muito a tomar decisões. Era muito difícil justificar a decisão A ou B, ou contratar esse serviço e não aquele, mas essa situação mudou. Hoje temos excesso de informação, ao alcance de poucos cliques e a dificuldade passa a ser como trabalhar tanta informação.

 

Parece impossível pensar em como vivemos tantos anos sem internet… É só a internet cair ou o celular ficar sem bateria para nos sentirmos impotentes, sem conseguir fazer nada, certo? Mas se estamos tão conectados, e existe excesso de informação, por que as pessoas ainda tomam decisões financeiras inapropriadas? A resposta é muito simples: elas ainda não desenvolveram a capacidade de focar no que realmente interessa.


Foco e fonte são fundamentais no meio do excesso de informação

Todos sabemos que existe uma profusão de fontes de baixa credibilidade, então é fundamental selecionar bem quais informações te orientam. É muito importante que aqueles lugares (sejam sites, pessoas ou até mesmo robôs), que são suas fontes sejam independentes, ou seja, que sejam focados em fazer críticas positivas ou negativas sobre determinado aspecto financeiro, sem querer ficar te empurrando o produto A ou B.

 

Além disso, é preciso ter foco quando você recebe uma informação e está prestes a tomar uma decisão financeira importante. Essas decisões podem dilapidar seu patrimônio ou aumentá-lo, e por consequência, fazem com que você trabalhe mais ou menos.

 

Ou seja, decisões financeiras precipitadas tem o poder de sacrificar o seu recurso mais precioso – o seu tempo: se você subtrai os seus recursos financeiros significa que vai ter que esticar mais a sua jornada de trabalho. Se, por outro lado, coloca o dinheiro pra trabalhar pra você, pode ser que consiga se aposentar mais cedo.

Por isso é preciso desenvolver a capacidade de entender essas informações, analisá-las com o devido cuidado e focar realmente pra que seu tempo e sua decisão sejam os mais qualificados possível.

Se você está perdido nesse excesso de informação, pode ficar tranquilo… Separamos 5 dicas fundamentais que evitarão que a tecnologia e o excesso de informação prejudiquem o seu bolso!


1 – Evite ser multitarefa

Realizar mil tarefas ao mesmo tempo diminui muito nossa capacidade de concentração. Uma pesquisa recente desenvolvida por Baba Shiv e Alexander Fedorikhin revela que pedir às pessoas que se lembrem de alguns dados enquanto realizam outras tarefas pode prejudicar no seu poder de tomada de decisão.

 

Na pesquisa, dois grupos diferentes (mas igualmente de dieta) deveriam escolher entre um pedaço de bolo de chocolate e salada. A um desses grupos foi solicitado que se lembrassem de uma série de números enquanto se decidiam entre o bolo e a salada, e o resultado foi esclarecedor: aquelas pessoas que deveriam guardar os números tornaram-se muito mais propensas a escolher uma fatia de bolo de chocolate do que a salada de frutas.

 

Mas o que isso significa? Basicamente, achamos que conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo, mas não percebemos que essa “multitarefagem” prejudica nossa tomada de decisões. É grande a possibilidade de tomar a decisão errada na hora de escolher algum investimento, fazer um empréstimo ou até mesmo escolher um banco digital se estamos no meio do excesso de informação. Somos distraídos o tempo todo com e-mails, textos, alertas, tirando nosso foco e afetando muito nossa produtividade.

 

Falando nisso, se você está em busca de dicas de lugares para investir seu dinheiro, não deixe de dar uma olhadinha no nosso simulador de investimento. Por lá você descobrirá a melhor opção atualizada segundo seu perfil, considerando quantia e prazo que investirá seu dinheiro.


2 – Escolha a hora certa do dia
 

Acredite, o horário de tomar uma decisão faz muita diferença. Quando estamos com a mente tranquila, provavelmente a capacidade de analisar, entender e aprofundar assuntos relacionados com finanças está melhor.

 

Por outro lado, se você concentra na parte da manhã uma série das suas atividades, como levar as crianças na escola, planejar o seu dia, preparar um almoço ou responder seus e-mails que chegaram ontem, provavelmente você vai estar com mil preocupações e vai cair no problema que a primeira dica busca evitar: o da multitarefa.

 

Se você é uma pessoa mais diurna, mais focada quando acorda, pode ser melhor fazer seu controle financeiro de manhã. Em cinco minutos você pode colocar seus gastos no papel pra controlar melhor o dinheiro no fim do mês. Outras pessoas, porém, podem preferir se planejar financeiramente no final da tarde, quando os problemas do dia já foram resolvidos… O melhor momento pode variar, mas deve ser quando existe facilidade de focar, ou a capacidade intelectual de tomar decisões. Alguns estão mais dispostos no final da manhã, outros na parte da tarde. E você? Qual horário você se sente mais focado e acaba rendendo mais?

 

3 – Prefira informações mais importantes, e não mais disponíveis

Segundo Daniel Kahneman, prêmio nobel de economia e estudioso de economia comportamental (inclusive já falamos dele antes no efeito dotação na valorização do imóvel), concentrar-se nas informações mais disponíveis pode gerar um erro que ele chama de “o que você vê é tudo”. De acordo com o estudioso, temos a tendência de supervalorizar o que vemos à primeira vista. Consequentemente, nos esquecemos de que existem informações que precisam de certa investigação e que podem até ser mais relevantes pra tomada de decisão do que aquelas que estão muito fácil às nossas mãos.

 

Quando falamos como funciona a fatura do cartão de crédito, vimos que quando se colocou o campo de pagamento mínimo logo no canto superior direito da fatura, muita gente confundiu este valor com o do pagamento total. Como é um valor mais baixo, o volume de pagamentos mínimos e entrada no rotativo do cartão de crédito aumentaram muito.

 

Por isso, cuidado!

Focar só no que está prontamente disponível, seja aquele e-mail com oferta de investimento ou aquela dica que apareceu no pop-up do celular, pode não ser suficiente para tomar a melhor decisão…

 

Quando o assunto é investimento, é comum que as pessoas foquem muito no curto prazo, por exemplo, quanto determinado fundo rendeu mês passado sendo que essa informação não é suficiente para escolher determinado fundo como seu investimento. Outras informações também são fundamentais para escolher onde investir seu dinheiro, como considerar melhor a composição da carteira daquele fundo, ou seja, onde ele aplica o dinheiro, além da volatilidade desse fundo, ou a chance que ele tem de perder dinheiro, ou mesmo render zero no mês que vem independente do que rendeu no mês passado.

 

Por isso é tão importante evitar esse viés de a informação mais fácil também é a mais importante. Nesse ponto é preciso voltar na dica anterior, qual são as suas fontes nesse excesso de informação? Quem é que te orienta quando você vai tomar uma decisão financeira? Geralmente são essas fontes críveis que conseguirão indicar o que deve ser considerado antes de tomar uma decisão financeira.

 4 – Foque na grande figura 

Considerar a grande figura é como estarmos tão imersos em uma floresta que só enxergamos a árvore em frente. Nesse caso, só enxergamos o contexto inteiro quando ganhamos distância. Algumas obras de arte, por exemplo, só podem ser vistas completamente de longe…

 

Focar só no curto prazo costuma ser uma tendência forte na hora de fazer investimentos e planejamentos. Inclusive, as poucas pessoas que se planejam costumam focar no mês presente, no próximo, mas e daqui há cinco anos? Imagine que você queira fazer uma casa gigantesca, porque tem 3 filhos e as crianças precisam de espaço pra brincar. Mas o que acontece daqui há cinco anos? Quando as crianças crescerem e saírem de casa, ficará essa casa enorme pra você e sua esposa ou marido? Imagine o trabalho que será tomar conta disso tudo, quando seria melhor alguma casa menor, ou mais prática…

 

Ter noção temporal é muito importante para se planejar bem no médio e longo prazo. Nesse casos, é preciso reconhecer o lado bom da tecnologia: aplicativos ou softwares de controle financeiro são muito úteis. Saber o histórico de gastos mapeados é fundamental para compor bem o conjunto da obra financeira possuída.

 

Por isso é importante ter ferramentas que nos auxiliem no distanciamento do quadro… É preciso ver todo o contexto ou ficaremos sempre presos no curto prazo. A decisão de hoje, a notícia de ontem, o jornal parece sempre cheio de notícias exagerando no otimismo e pessimismo… Nesse excesso de informações, tanto sensacionalismo leva ao “efeito manada”, muito comum na bolsa de valores, por exemplo, em que ciclos são acentuados em função desse “curto prazismo”. Provavelmente a realidade não será nem um cenário nem o outro e quando conseguirmos enxergar mais a médio prazo, perceberemos que fomos otimistas ou pessimistas demais.

 

5 – Fique longe do telefone

Uma pesquisa mostra que, em média, verificamos o celular 47 vezes por dia. Pode parecer muito pra uns, pode parecer pouco pra outros, mas às vezes é preciso evitar o uso dos smartphones. É muito comum pessoas deixarem aplicativos de mensagem abertos no computador enquanto trabalham e, infelizmente, certos problemas tem que receber dedicação por uma ou duas horas ininterruptas, ou perdemos muito tempo para retomá-los.

 

Claro que isso depende de cada um e se essa pessoa consegue ou não manter o foco… Inclusive, pode ser que, no futuro, durante uma reunião, você precise deixar seu telefone em uma estação de carregamento ou com a recepcionista, dessa forma poderia-se receber chamadas urgentes sem interromper inutilmente a reunião.

 

E ainda tem mais…

É claro que, além desse efeito oculto que a tecnologia causa no nosso bolso, precisamos considerar também o efeito negativo direto que o uso impensado desses aparelhos, como o celular, causam no bolso: o da troca frequente. Se uma pessoa passar a trocar de celular a cada três anos, ao invés de fazer isso todo ano, e investir o dinheiro que gastaria a mais ( supondo que seja cerca de R$300,00 por mês aplicado a 0,8% ao mês), ao final de 9 anos teria o celular moderno e mais R$36 mil reais na conta.

Por isso é preciso decidir como organizar sua vida financeira com cuidado e, inclusive, saber escolher suas fontes. Aqui no blog mesmo você encontra boas dicas desde economia financeira doméstica até como ler a fatura do cartão. Tanto a tecnologia quanto as informações que ela traz podem ser ótimas aliadas na nossa vida financeira! Desde que usadas com sabedoria, é claro…

Educando Seu Bolso
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