Financiamento imobiliário: amortizar ou não?

“Quitinete de um quarto que eu comprei a prestação
pela Caixa Federal, au, au, au,
eu não sou cachorro não.”
(Raul Seixas, “É fim de mês”)

Muito já foi falado aqui no blog sobre financiamento imobiliário. Comentamos antes sobre o tema de hoje,  amortização do saldo devedor do financiamento. Trago um exemplo particular de um amigo que me pediu conselho. Há aproximadamente 4 anos ele financiou R$ 210 mil em 30 anos. A prestação inicial era de cerca de R$ 2 mil, sendo que menos de R$ 600 eram amortização, o restante eram juros, seguros, encargos etc.

Daí se vê que o financiamento imobiliário não é exatamente um excelente negócio, do ponto de vista financeiro. Paga-se uma carga imensa de juros, principalmente no início de contratos longos – nesse exemplo, a amortização representava 30% do valor da parcela, o restante eram custos financeiros. Mas, muitas vezes, é o negócio possível para quem quer ter seu imóvel próprio. Não é meu objetivo julgar o negócio em si, e sim opinar sobre o que se pode fazer agora, nesse caso.

O saldo devedor do financiamento atualmente é de R$ 180 mil, e é corrigido mensalmente pela TR. A prestação mensal, decrescente, está em R$ 1.800. A taxa de juros efetiva é de 9,6% ao ano. Para conceder essa taxa, o banco exigiu a contratação de cartão de crédito e abertura de conta corrente, ao custo mensal de R$ 30.

Meu amigo tem R$ 100 mil poupados em uma aplicação de baixo risco e alta liquidez, que rende 9% ao ano, já descontado o Imposto de Renda. Ele é financeiramente estável e disciplinado, consegue poupar mensalmente cerca de R$ 1 mil. A dúvida dele é se deveria usar a poupança para amortizar o financiamento.

O raciocínio básico é o seguinte: se os juros do financiamento são maiores que a remuneração das aplicações, compensa amortizar. O banco oferece duas modalidades de amortização: diminuir o valor da prestação ou antecipá-las. Se a prestação está comprometendo o orçamento familiar, a melhor opção é a primeira; se a pessoa tem uma quantia de dinheiro guardada e não vê uma boa opção de investimento, ou não quer correr o risco de gastá-lo, a melhor opção é a segunda.

Caso ele estivesse com o orçamento familiar apertado, a amortização de R$ 100 mil para diminuir o valor da parcela lhe traria um alívio de aproximadamente R$ 900 por mês, pois o valor da prestação cairia praticamente pela metade.

A outra opção, mais indicada no caso dele, que é uma pessoa disciplinada e com orçamento equilibrado, é a antecipação de parcelas. Com os mesmos R$ 100 mil, ele anteciparia aproximadamente 170 prestações, ou seja, mais da metade das parcelas restantes no contrato de financiamento dele.

A minha conclusão é a de que, na atual situação, ele não deve ficar ansioso para amortizar. É uma pessoa disciplinada, com orçamento equilibrado, tem um financiamento com taxa de juros não tão alta e uma aplicação com remuneração razoável. Com isso, a descapitalização para amortização não faz muito sentido.

Como eu disse, este é um exemplo bem particular. Para o leitor que tem financiamento, sugiro que faça uma análise detalhada da sua estrutura de endividamento e investimento, para tomar a melhor decisão. Está com dúvida? Entre em contato, fale do seu caso, talvez possamos ajudar. Se preferir, use nossa calculadora abaixo e simule você mesmo o resultado de amortização por prazo ou parcela!

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508 comentários

  • Olá, bom dia. Tenho um financiamento imobiliário no qual já fiz uma amortização do débito pagando várias parcelas, no valor total de 8p mil reais. Gostaria de saber se no valor amortizado são cobrados seguro, taxa de administração, juros…Das parcelas antecipadas, uma vez que entendo que não seriam cabines tais valores, entretanto, não conheço da legislação sobre o tema.
    Grato, Edison Miranda.

    • Prezado Edison, obrigado pela sua mensagem.

      Não, quando você faz uma amortização extraordinária, o valor amortizado é integralmente abatido do saldo devedor. Se o saldo devedor é de R$ 120 mil e faz uma amortização de R$ 40 mil, o saldo passa para R$ 80 mil.

      Abraço!

  • Boa tarde,

    Poderia por gentileza tirar uma dúvida? Tenho um financiamento imobiliário de 360 meses, dos quais já foram pagas 18 prestações. Meu saldo devedor atual hoje está em torno de R$ 128.000,00 a juros de 6,66% a.a. Tenho R$ 10.000,00 no FGTS rendendo a míseros 3% a.a. Compensa fazer uma amortização para diminuir o valor das prestações? Hoje eu pago por volta de R$ 1.150,00 por mês no sistema SAC. Em quanto essa prestação diminuiria?

    Grato,

    Rodrigo Garcia

    • Rodrigo, obrigado pela sua mensagem!

      Fiz uma simulação, usando a calculadora que, em breve, o Educando Seu Bolso oferecerá gratuitamente aos leitores. Considerei um valor financiado inicial de R$ 132 mil, taxa EFETIVA (e não nominal) de 6,66% e seguro de R$ 60 mensais. Isso dá um saldo devedor, em março, de R$ 128.640. Se simulei errado, por favor, me corrija.

      Compensa, sim, usar o FGTS para amortizar, já que, como você disse, ele rende apenas 3% ao ano, mais TR, e seu Custo Efetivo Total – CET é bastante superior a isso.

      Se optar por diminuir a prestação, ela cairá cerca de R$ 80. Se optar por diminuir o prazo, ele cairá dos atuais 342 meses para algo em torno de 275 meses.

      O que vai compensar mais depende de uma série de fatores. Por exemplo, sua disciplina para poupar, sua condição de acumular mais FGTS para fazer uma nova amortização daqui a 2 anos, sua pressa em se livrar do financiamento, entre outros. Por isso, não tenho condição de te aconselhar.

      Fique à vontade para entrar em contato novamente, será um prazer. Abraço!

  • Boa tarde Ewerton

    Atualmente meu saldo devedor está em R$ 250.000,00, e tenho R$ 200.000,00, neste caso se eu tiver mais R$ 50.000,00 para somar os R$ 250.000,00l, eu poderia estar quitando meu AP, de forma integral? sem precisar pagar pelos juros? obrigado.

    • Antônio, obrigado pela sua mensagem!

      Sim, o saldo devedor é o valor que você precisaria desembolsar para a quitação integral do imóvel.

      Abraço!

  • Boa noite Ewerton, tudo bem?

    Inicialmente te parabenizo pelo blog. Muito instrutivo. Bom, minha dúvida é a seguinte, nesse momento de instabilidade eu e minha esposa estamos pensando em relação a nosso financiamento e investimentos. Temos um apartamento financiado pela caixa em 360 meses. Nesse mês estamos pagando a 58 parcela. O saldo devedor atual está em R$ 77.114 e a prestação mensal está em R$ 812 (Sendo R$ 251 de amortização e R$ 509 de juros, fora encargos de R$ 50). A taxa de juros é de 8,55 e o índice de reajuste do saldo devedor no mês é 1,00137.

    Temos, R$ 128 em aplicados em LCA (rendendo entre 83% e 80% do CDI, ou seja, quase 1% ao mês).

    Estamos em dúvida se vale a pena quitarmos o financiamento ou quem sabe amortizar algumas parcelas do final. Ou se vale a pena deixar como está – dinheiro aplicado e o financiamento rodando.

    Agradeço por sua atenção e esclarecimento.

    • Prezado Eduardo, obrigado pela sua mensagem!

      Rapaz, se seu financiamento fosse pelo Minha Casa, Minha Vida, eu não teria dúvidas. Te diria: não quite! E se seu dinheiro estivesse no FGTS, ou se sua taxa de juros fosse maior que 10% ao ano, eu também não teria dúvidas. Te diria: quite!

      Mas você está naquela faixa em que são necessários cálculos mais complexos e cuidadosos para saber se a quitação é financeiramente vantajosa. Seria necessário lançar todas as informações, como a data e o saldo iniciais do financiamento, encargos (além de seguro e taxa de administração, talvez lhe tenha sido exigido manter conta corrente e cartão de crédito) entre outras.

      O que me parece é que a diferença (seja a favor de quitar ou de manter o financiamento) não deve ser grande. E aí entram outros fatores. Por exemplo, sua disciplina e disposição para cuidar da aplicação, sua disposição em esperar o que vai acontecer com a economia (se o rendimento da LCA aumentar, talvez não compense quitar), a sua vontade de se livrar logo do financiamento.

      Entende? Em resumo, o que eu quero dizer é: o custo do seu financiamento parece próximo do rendimento da sua aplicação, e por isso são necessárias informações completas para poder calcular na ponta do lápis a diferença entre um e outro, que não deve ser grande. Diante disso, entram na decisão outros fatores, não financeiros. Um consultor poderia te ajudar, ele levantaria a situação financeira e traçaria seu perfil de investidor, te apresentando opções de estratégia.

      Abraço!

  • Bom dia Ewerton..não vou fazer perguntas, apenas dizer que cada pergunta/resposta esclarecida é uma aula financeira!
    Li todos os comentários!
    Parabéns pelo blog!
    abraços

  • Ajuda por favor!!!
    Tenho um imóvel estou financiando 47.000 – sistema sac juros de 11% a ano .
    Fui mandado embora e tenho somando um dinheiro da poupança 38.000, estou bem apertada pois como disse perdi meu emprego…o que eu faço, pego algum empréstimo para pagar essa diferença, me aperto e tento pagar em dia o financiamento e faço algo com esses 38.000 para tentar render algo… Por favor preciso de ajuda mesmo…
    Obrigada

  • Oi preciso muitooo de uma ajuda…
    Tenho um imóvel estou financiando 47.000 – sistema sac juros de 11% a ano .
    Fui mandado embora e tenho somando um dinheiro da poupança 38.000, estou bem apertada pois como disse perdi meu emprego…o que eu faço, pego algum empréstimo para pagar essa diferença, me aperto e tento pagar em dia o financiamento e faço algo com esses 38.000 para tentar render algo… Por favor preciso de ajuda mesmo…
    Obrigada

    • Erika, obrigado pela sua mensagem e pela confiança em nós, em um momento delicado como esse. Apenas peço que não tome minhas palavras como conselhos, pois sei pouco sobre sua situação.

      Vou começar citando alguns pontos importantes a serem levados em conta:

      -Providenciar uma fonte de renda. Um novo emprego, na mesma área ou em outra, um trabalho informal, prestar algum serviço, fabricar algo em casa. Alguma fonte de renda. Não digo qualquer coisa, mas alguma coisa.

      -Reduzir radicalmente as despesas. Cortar mesmo. Reunir a família e comunicar que, por um tempo, o padrão de consumo vai mudar. Daqui a um tempo provavelmente voltará a ser o mesmo, mas por enquanto é necessária a colaboração de todos. O problema é inevitável, mas com colaboração e compreensão pode ser mais fácil superá-lo.

      -Procurar um investimento líquido, seguro e mais rentável que a Caderneta de Poupança (que, se entendi bem, é onde seu dinheiro está atualmente). Por exemplo, um CDB com rentabilidade diária, que te permita fazer resgates parciais sem perda de rendimento.

      Por fim, a pergunta que te trouxe a este post, e que é a mais delicada para eu responder: o que fazer em relação à dívida e ao dinheiro na poupança?

      Como te disse, eu não conheço sua situação. Não sei qual é sua despesa mensal, sua perspectiva de voltar a ter renda, não sei se você mora nesse imóvel financiado, não sei nada. Portanto, eu digo que, em princípio, não me agrada a opção de usar a poupança para quitar o financiamento. Menos ainda a opção de pegar um empréstimo para isso. Os juros do empréstimo certamente serão mais altos que os do financiamento.

      Me agrada mais a opção de reduzir radicalmente as despesas, usar o dinheiro poupado para pagá-las e procurar uma fonte de renda o mais rápido possível. Mas isso, como eu disse, é em princípio, porque eu precisaria saber mais detalhes sobre sua situação, para dar alguma opinião mais concreta.

      Desejamos boa sorte e nos colocamos à sua disposição sempre que precisar. Abraço!

  • Boa tarde, fiz um financiamento imobiliário junto a caixa. Houve alguns colegas falar que compensa usar o FGTS e alguma grana para diminuir o prazo (tenho 25 mil de fgts e 30 mil no banco). Meu saldo devedor é de 102 mil, prestações de 1084 reais. Financiada em 360 meses e pagas 66 prestações.
    Minha dúvida: compensa eu usar esses 55 mil para abater o prazo do meu financiamento?
    Visto que, fazendo isso as parcelas continuam no mesmo valor!
    Me ajude, tenho esta dúvida, vale a pena ou não? No que eu ganho anoitecendo o prazo com as parcelas no mesmo valor?

    • José Júnior, obrigado pela sua mensagem.

      Você não me falou a taxa de juros do seu financiamento, por isso não consigo responder se compensa ou não. Usar o FGTS sempre compensa, já que ele rende apenas 3% ao ano, mais TR, e as taxas dos financiamentos geralmente são mais altas que isso. Já o dinheiro que você tem livre, só mesmo sabendo a taxa de juros.

      As pessoas geralmente dizem que compensa amortizar diminuindo o prazo. Realmente, se você amortizar diminuindo a prestação e GASTAR o dinheiro economizado, no final das contas vai pagar mais caro do que diminuindo o prazo. Mas se você APLICAR o dinheiro amortizado, pode ser que seja mais vantajoso. Mas aí é preciso fazer os cálculos, que dependem de uma série de fatores. Um bom consultor pode te ajudar. Ele vai obter esses dados com você, traçar seu perfil e propor opções de estratégia.

      Geralmente eu prefiro diminuir a prestação e aplicar o valor economizado. Mas, como eu disse, para saber se no seu caso isso é mais vantajoso, seriam necessárias mais informações e cálculos mais complexos.

      Abraço!

  • Bom dia Ewerton!

    Tenho um financiamento imobiliário pelo plano Minha Casa Minha Vida com prazo de 36 meses, com saldo devedor atual de +/- R$ 118.000,00. Utilizei o FGTS como entrada na compra do imóvel, e no próximo mês completa 24 meses do financiamento.

    Considerando o interesse de amortização tenho duas possibilidades:

    1. Utilizar o saldo FGTS acumulado dos últimos 24 meses para fazer amortização;
    2. Utilizar recurso hoje investido em LCI para fazer amortização;

    Compensa tirar o dinheiro da LCI para fazer amortização do financiamento?

    Obrigado!
    Leonardo

    • Leonardo, obrigado pela sua mensagem.

      Se é um financiamento pelo Minha Casa, Minha Vida, então a taxa de juros deve ser de aproximadamente 5% ao ano.

      Se for assim, compensa você usar o FGTS (que rende apenas 3% ao ano, mais TR), e provavelmente não compensa usar a LCI (que deve render bem mais que os 5% ao ano).

      Abraço!

  • Boa tarde!

    Parabéns pelo blog muito útil e esclarecedor.
    Compramos um terreno já financiado onde quando foi comprado ficou acordado um saldo de R$ 30.127,50 com juros de 1% ao mês, 108 parcelas e as prestações seriam reajustadas pelo IGPM anualmente. As primeiras foram 12 foram R$ 457,46. Pois bem, hoje as parcelas estão em R$ 627,10 e faltam 24 parcelas que eu quero quitar. Estou encontrando resistência na imobiliária que se refletiu em um cálculo para quitação com valor irrisório de desconto. Minha duvida é como calcular a quitação corretamente.
    Sem mais, obrigada!!

    • Daiane, obrigado pela sua mensagem.

      Este é um contrato com condições particulares, e não um contrato pelo SFH. Portanto, é preciso verificar as cláusulas de quitação antecipada. O que estiver escrito no contrato deve ser cumprido. Vamos lá.

      É um contrato pela tabela Price, com taxa de 1% e atualização anual do saldo devedor pelo IGPM. Se a prestação hoje é de R$ 627,10, e faltam 24 meses, então o saldo devedor é de aproximadamente R$ 13322. Este é o valor da soma das amortizações mensais nesses 24 meses (começa em R$ 493, termina em R$ 620)

      Eu preciso saber qual é o valor que eles te propõem para pagamento antecipado, para calcular a quanto este valor equivale, em termos de desconto. É um cálculo de matemática financeira. Não é difícil fazer no Excel, mas é difícil explicar.

      Aí depois você compara o desconto que eles estão oferecendo com o que diz o contrato.

      Abraço!

    • Boa tarde. Dia da decisão, precisamos decidir qual das duas opções abaixo fecharemos.
      01.
      Saldo devedor – 160.404,70 (divida vai para 138.328,19) =
      Valor de FGTS – 22.168,62 =
      Taxa de juros nominal anual – 7,5343% a a =
      Taxa de juros efetiva anual – 8.85% a a =
      Encargo mensal (parcela atual) – 1.489,29 (parcela vai para 1.619,96) #
      Prazo – 396 (prazo vai para 247) #
      Juros diários – R$ 92,11 (*****) # (juros diário maior que a situação 02)
      02.
      Saldo devedor – 160.404,70 (divida vai para 138.328,19) =
      Valor de FGTS – 22.168,62 =
      Taxa de juros nominal anual – 7,5343% a a =
      Taxa de juros efetiva anual – 8.85% a a =
      Encargo mensal (parcela atual) – 1.489,29 (parcela vai para 1.296,63) #
      Prazo – 396 (mantem o prazo em 396) #
      Juros diários – R$ 78,48 (*****) # (juros diário menor que a situação 02)

      Obrigada!
      Aguardo o seu retorno.

      • Olá, Marilda, obrigado por retornar ao blog!

        É como eu te falei nas outras suas duas outras visitas: é difícil te dar uma sugestão sem conhecer bem o seu perfil e sem fazer cálculos mais profundos.

        Financeiramente, a opção de diminuir a prestação e investir mensalmente o valor economizado me parece mais vantajosa. Mas diminuir o prazo também tem uma vantagem importante: aumenta o valor da amortização mensal, já que seu prazo é muito longo (ainda faltam quase 400 meses). Além disso, a minha impressão (posso estar enganado) é que sua preferência pessoal é diminuir o prazo, para ter a sensação de estar mais próxima do fim da dívida.

        O ideal seria uma consultoria financeira. Assim seria possível entender o seu perfil, sua situação (por exemplo, saber se você teria condição de investir o valor economizado), para então fazer os cálculos dos dois cenários, compará-los, para, aí sim, dar uma sugestão mais segura. O Educando Seu Bolso lançou a Consultoria em Financiamento Imobiliário. Ela poderá te ajudar a encontrar a melhor estratégia. Abraço!

  • Boa tarde.
    Valor do apto – 325.000,00. Entrada 160.000,00. Financiamento 165.000,00.
    Gostaríamos de pagar o apto o mais rápido possível, com o intuito de pagarmos menos juros.
    Nosso orçamento é apertado, sobrando pouco recuso para pouparmos.
    Consigo ver mais vantagem em pagar as prestações diminuindo as prestações (de 35 anos para 25 sei lá), assim acho que conseguiria pagar o apartamento mais rápido.
    Obrigada pela atenção.

    • Oi, Marilda, que bom te ver novamente aqui.

      Pois é, se vocês usassem os R$ 20 mil para diminuir o prazo, conseguiriam abater cerca de 140 meses. Cairia de pouco menos de 400 meses para pouco mais de 250. O mais importante é que a amortização mensal aumentaria cerca de R$ 150. Isso é muito bem vindo em um financiamento longo assim.

      Como eu disse, a opção de amortizar diminuindo o valor da prestação, aplicando todos os meses o valor economizado, geralmente é financeiramente mais vantajosa, num cenário de juros altos como o atual. Mas isso depende da taxa a que você conseguir aplicar o dinheiro, depende da TR, e além disso requer disciplina.

      Para mim é difícil dar um conselho. Primeiro, porque são necessários cálculos mais aprofundados, para dizer com certeza o que compensa mais. Segundo, porque depende de conhecer o perfil de vocês um pouco mais. São duas coisas que um consultor poderia fazer.

      Eu posso dizer duas coisas que eu ACHO, sem fazer contas e sem conversar com você: Primeiro, que não me parece haver diferença tão gritante, do ponto de vista financeiro. Segundo, que você prefere diminuir o prazo, para ter a sensação de que a dívida está mais perto do fim e para não precisar ficar vigiando aplicação.

      Resumindo: se EU estivesse no seu lugar, talvez preferisse diminuir a prestação. Mas me parece que o SEU perfil combina mais com a diminuição do prazo, pelo menos nessa primeira amortização.

      Espero ter ajudado. Abraço!

  • Ewerton, Bom dia! Primeiramente, Parabéns pelo Blog. Estou estudando para fazer um financiamento imobiliário e percebi que, ao reduzir o valor do Financiamento, porém mantendo as demais variáveis (Valor do imóvel, taxa e prazo) a CET aumentou de valor. o DFI manteve-se o valor pois o imóvel é o mesmo porém o MIP reduziu pois é de acordo com o saldo devedor. Só não consigo entender o motivo do aumento da CET tendo em ista que usarei menos dinheiro do banco e um do seguros também estará mais barato. Consegue me ajudar com esse esclarecimento? Desde já agradeço.

    • Carlos, obrigado pela sua mensagem, sua pergunta é muito interessante.

      Recentemente escrevi um texto no blog sobre isso.

      Basicamente, é porque a parte fixa da sua prestação (taxa de administração + seguros) representa uma fatia maior do total da prestação, mesmo que o seguro MIP tenha caído.

      Vamos supor que, financiando um valor maior, sua prestação seja de R$ 600, sendo R$ 540 de amortização + juros, e R$ 60 de taxa de administração (R$25) + seguros (R$35).

      E, financiando um valor menor, a prestação seja de R$ 400, sendo R$ 350 de amortização + juros, e R$ 50 de taxa de administração (R$25) + seguros (R$25).

      Repare que, no primeiro caso, a parte fixa (R$60) representa 10% da prestação. E, no segundo, a parte fixa (R$50) representa 12,5%. O seguro caiu, mas representa uma fatia maior. Assim, o Custo Efetivo Total é maior.

      Ficou claro? Se não, entre em contato novamente, será um prazer. Abraço!

  • Boa tarde!
    Gostaríamos (meu esposo e eu) de utilizar o FGTS de ambos para amortizar nossa divida do apartamento. Total de R$ 20.000,00.
    Com o saldo devedor de 155.964,22 gostaria de saber qual melhor opção, abater as prestações (12 meses) ou diminuir o prazo do financiamento?
    Ficamos assustados com o valor final do apartamento daqui há 35 anos (221 mil de juros). Gostaria de saber se o valor amortizado será em cima do saldo devedor, dessa forma estaríamos pagando menos juros?
    Informações:
    Valor de avaliação do imóvel R$ 325.000,00 (abril/2014)
    Valor financiado R$ 165.00,00
    Parcela n° 23
    Prestação 1501,71
    Seguro/FGHAB 56,75
    Tarifas 25,00
    Encargo 1.583,46
    Saldo devedor 155.964,22 (em março/2016)
    Taxa de juros nominal 8,5100%
    Prazo 420 meses
    Taxa de juros efetiva 8,8499%
    Sistema de amortização: SAC – SBPE – Pós-fixada
    TR Projetada R$ 1,00

    • Marilda, obrigado pela sua mensagem.

      Você me perguntou se a melhor opção seria “ abater as prestações (12 meses) ou diminuir o prazo do financiamento”.

      Pelo que entendi, você se referiu à opção Pagamento de Parte das Prestações – PPP, que consiste em usar o FGTS para abater até 80% do valor das 12 próximas prestações.

      Você não mencionou uma opção que talvez seja a melhor para você: amortizar diminuindo as prestações.

      Eu disse “talvez seja”, porque para saber qual é a melhor, entre esta e a PPP, seriam necessários cálculos mais profundos, que um bom consultor poderia fazer para vocês. Ele levantaria o perfil de vocês (não apenas com as informações que você passou, mas também outras, relacionadas ao trabalho, ao orçamento familiar e à capacidade de poupança), traçaria os cenários das opções de uso do FGTS e proporia estratégias.

      Eu posso adiantar algumas coisas.

      Se eu estivesse no lugar de vocês, com o meu perfil de poupador, creio que eu não optaria por diminuir o prazo. Preferiria alguma opção que me permitisse economizar nas prestações e aplicaria essa economia mensal em algum investimento seguro e líquido. É claro que, para isso, é necessário ter a disciplina de, todo mês, depositar um pouquinho no tal investimento.

      A amortização é sempre em cima do saldo devedor. Então, se vocês devem R$ 155 mil, se amortizassem R$ 20 mil, o saldo passaria para R$ 135 mil. E aí vocês optariam entre manter o valor da prestação e diminuir o prazo (que eu não gosto muito), ou manter o prazo e diminuir o valor da prestação.

      A prestação não cairia muito. Usando a calculadora que o Educando Seu Bolso vai publicar em breve, eu concluí que a prestação cairia cerca de R$ 180.

      (aliás, uma curiosidade: o valor financiado foi mesmo R$ 165 mil? Não seria R$ 160 mil?)

      Já usando o PPP, você não estará amortizando. Estará pagando as prestações (incluindo juros e taxas). A vantagem é que, em vez de desembolsar o valor, você vai usar o FGTS. A economia seria bem maior, mais de R$ 1250 mensais, que vocês deveriam aplicar integralmente. Seria como trocar o FGTS por um investimento mais rentável.

      Como eu disse, a comparação entre a amortização e o PPP é um cálculo mais complexo, que envolve muitos fatores.

      Espero ter ajudado. Caso contrário, te peço que entre em contato novamente. Abraço!

  • Olá Ewerton,

    Tenho um financiamento de imóvel com parcelas de R$ 2.000,00 e saldo devedor de R$ 200.000,00
    O Imóvel esta alugado pelo valor de R$ 1.500,00, para pagar meu aluguel em outro estado que estou a trabalho.
    Tenho R$ 60.000,00 em poupança, e gostaria de saber se é viável amortizar o financiamento pois acho a parcela alta.
    Pensei talvez em tirar uma carta de crédito com os R$ 60mil para quitar o financiamento e pagar a apenas a carta de crédito.
    O que seria mais vantajoso?

    • Boa noite Rodrigo.
      Para responder completamente sua pergunta, precisamos das demais informações do seu financiamento para saber se vale ou não a pena usar seus 60mil na poupança para quitar antecipado. Valor financiado, em que parcela você está e qual é o Custo efetivo total por exemplo.
      Importante, pois você relata achar a parcela alta. Isto deve estar prejudicando sua vida.
      Quanto ao consórcio, imagino que você esteja pensando nele como alternativa ao uso dos recursos que tem na poupança. Ou um ou outro né?!
      Vamos então tentar responder à 1a pergunta para depois passar para a segunda, ok?!
      Abc, Frederico

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