Financiamento imobiliário: amortizar ou não?

“Quitinete de um quarto que eu comprei a prestação
pela Caixa Federal, au, au, au,
eu não sou cachorro não.”
(Raul Seixas, “É fim de mês”)

Muito já foi falado aqui no blog sobre financiamento imobiliário. Comentamos antes sobre o tema de hoje,  amortização do saldo devedor do financiamento. Trago um exemplo particular de um amigo que me pediu conselho. Há aproximadamente 4 anos ele financiou R$ 210 mil em 30 anos. A prestação inicial era de cerca de R$ 2 mil, sendo que menos de R$ 600 eram amortização, o restante eram juros, seguros, encargos etc.

Daí se vê que o financiamento imobiliário não é exatamente um excelente negócio, do ponto de vista financeiro. Paga-se uma carga imensa de juros, principalmente no início de contratos longos – nesse exemplo, a amortização representava 30% do valor da parcela, o restante eram custos financeiros. Mas, muitas vezes, é o negócio possível para quem quer ter seu imóvel próprio. Não é meu objetivo julgar o negócio em si, e sim opinar sobre o que se pode fazer agora, nesse caso.

O saldo devedor do financiamento atualmente é de R$ 180 mil, e é corrigido mensalmente pela TR. A prestação mensal, decrescente, está em R$ 1.800. A taxa de juros efetiva é de 9,6% ao ano. Para conceder essa taxa, o banco exigiu a contratação de cartão de crédito e abertura de conta corrente, ao custo mensal de R$ 30.

Meu amigo tem R$ 100 mil poupados em uma aplicação de baixo risco e alta liquidez, que rende 9% ao ano, já descontado o Imposto de Renda. Ele é financeiramente estável e disciplinado, consegue poupar mensalmente cerca de R$ 1 mil. A dúvida dele é se deveria usar a poupança para amortizar o financiamento.

O raciocínio básico é o seguinte: se os juros do financiamento são maiores que a remuneração das aplicações, compensa amortizar. O banco oferece duas modalidades de amortização: diminuir o valor da prestação ou antecipá-las. Se a prestação está comprometendo o orçamento familiar, a melhor opção é a primeira; se a pessoa tem uma quantia de dinheiro guardada e não vê uma boa opção de investimento, ou não quer correr o risco de gastá-lo, a melhor opção é a segunda.

Caso ele estivesse com o orçamento familiar apertado, a amortização de R$ 100 mil para diminuir o valor da parcela lhe traria um alívio de aproximadamente R$ 900 por mês, pois o valor da prestação cairia praticamente pela metade.

A outra opção, mais indicada no caso dele, que é uma pessoa disciplinada e com orçamento equilibrado, é a antecipação de parcelas. Com os mesmos R$ 100 mil, ele anteciparia aproximadamente 170 prestações, ou seja, mais da metade das parcelas restantes no contrato de financiamento dele.

A minha conclusão é a de que, na atual situação, ele não deve ficar ansioso para amortizar. É uma pessoa disciplinada, com orçamento equilibrado, tem um financiamento com taxa de juros não tão alta e uma aplicação com remuneração razoável. Com isso, a descapitalização para amortização não faz muito sentido.

Como eu disse, este é um exemplo bem particular. Para o leitor que tem financiamento, sugiro que faça uma análise detalhada da sua estrutura de endividamento e investimento, para tomar a melhor decisão. Está com dúvida? Entre em contato, fale do seu caso, talvez possamos ajudar. Se preferir, use nossa calculadora abaixo e simule você mesmo o resultado de amortização por prazo ou parcela!

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508 comentários

  • Tenho um saldo devedor com a Caixa de R$ 123.000,00 a ser pago em 339 parcelas. A taxa de juros do contrato é de 8,51. Gostaria de saber o valor de quitação desta dívida.
    Grata

    • Cristina, obrigado pela sua mensagem!

      Não sei se entendi bem sua pergunta. Se seu saldo devedor é de R$ 123 mil, então o valor de quitação da dívida é este: R$ 123 mil.

      Sobre este saldo, a cada mês, incidem os juros, que compõem a parcela a ser paga, e a atualização pela TR. Mas o valor informado a cada mês, no boleto, é o valor de quitação.

      Caso eu não tenha entendido bem, ou caso tenha alguma outra dúvida, por favor entre em contato.

      Abraço!

      Ewerton

  • Boa noite, fiz um financiamento pela caixa no sistema SAC no valor de 160 mil, dei 20 mil e financiei 140 mil.
    Meu financiamento é de 360 meses com taxa de juros de 06,6600, e acho que a caixa está me lesando descaradamente, pois veja só o exemplo.
    (mês 07) prestação 20= valor: 1.101,47( juros do mês 683,64+amortização do mês 358,35+seguro 34,29+ taxa adm 25,19 saldo devedor teorico 122,820,13

    (mês 08) prestação 21 = valor 1,101,06 (juros do mês 683,23+amortização do mês 358,34+ seguro 34,30+ taxa adm 25,19 saldo devedor teorico 122,744,88 ( veja que a prestação caiu apenas R$ 0,41 centavos e o saldo devedor apenas R$ 75,25 de um total de 683,23 que deveria ser amortizado.

    (mês 09) prestação 22 = valor 1,100,34 (juros do mês 682,50+amortização do mês 358,35+seguro34,30+taxa de adm 25,19 e saldo devedor teorico 122,615,69 , novamente a prestação caiu pouco e o saldo devedor caiu apenas R$ 129,19.

    Isso está realmente certo? eu pago mais de 300 reais de amortização e o saldo devedor cai por volta de 100 reais apenas? preciso de uma ajuda urgente, pois se continuar assim irei pagar umas 10 casas..

    • (Mensagem previamente respondida ao leitor, diretamente, via e-mail)

      Prezado Uelinton, obrigado pela sua mensagem!

      Infelizmente, está correto, sim. Isso acontece por causa da correção do saldo devedor pela TR. Vamos entender melhor como funciona.

      A parte da sua parcela chamada “juros” corresponde à taxa de juros mensal do seu financiamento, aplicada ao saldo devedor do mês anterior. A parte chamada “amortização” corresponde, aproximadamente, ao saldo devedor dividido pelo número de parcelas. Eu disse “aproximadamente” porque essa amortização permanece constante durante 12 meses, quando é atualizada. Então a conta só é exata no mês em que é atualizada, depois é aproximada.

      Então, quando você disse “a prestação caiu apenas R$ 0,41 centavos e o saldo devedor apenas R$ 75,25 de um total de 683,23 que deveria ser amortizado”, não é bem assim. Esse valor de R$ 683 são juros. O valor amortizado é R$ 358,34. E esse valor foi realmente amortizado. Porém, depois, veio a TR e aumentou o saldo devedor.

      O saldo devedor na parcela 20 era de R$122.820,13. Foram amortizados os R$ 358,34, e o saldo caiu para R$ 122.461,79 (que não aparece escrito em lugar nenhum). Aí veio a TR e corrigiu o saldo para R$ 122.744,88.

      Você disse que, “se continuar assim irei pagar umas 10 casas”. Na verdade, nessas condições, o valor da soma de todas as parcelas costuma equivaler a 3 vezes o valor do imóvel. Realmente não é barato, mas muitas vezes é a forma viável de se adquirir o bem.

      Se tiver mais alguma dúvida, entre em contato, será um prazer. Abraço!

  • Olá Ewerton adorei os posts
    Dia 01 de julho o Gustavo lhe fez uma pergunta a resposta foi dada de forma privada ?
    Pois o caso dele se assemelha ao meu e fiquei muito curioso pela resposta dada…
    Um forte abraço …..Fábio

    • (Mensagem previamente respondida ao leitor, diretamente, via e-mail)

      Prezado Fábio, boa tarde! Obrigado pela sua mensagem.

      Não, pelo contrário! A resposta ao Gustavo foi tema de um post separado, no dia 8 de julho. O link é este.

      Abraço!

  • Boa tarde Ewerton.

    Tenho um financiamento com a Caixa de um apartamento. Meu saldo devedor é de R$64.212,51 com taxa de 5,5% + Índice de Reajuste de Prestação Mensal de 1,00186. Financiei em 300 meses e vou pagar a parcela de nº 54. Minha prestação atual está em R$ 566,86. Gostaria de utilizar o fundo de garantia para quitar parte dessa divida, mas tenho dúvidas se é melhor diminuir o prazo ou o valor da prestação. O que você me aconselharia? Grata

      • (Mensagem previamente respondida à leitora, diretamente, via e-mail)

        Lígia, obrigado pela sua mensagem!

        É uma boa ideia usar o saldo do FGTS para abater o saldo devedor, porque, atualmente, o FGTS rende apenas 3% + TR, ao ano, o que é menos do que você paga de juros pelo seu financiamento.

        Quanto à melhor forma de amortizar, vai depender da sua situação atual e da sua disciplina.

        Financeiramente, o melhor negócio é você abater o valor da parcela e investir a diferença em alguma aplicação segura, líquida e rentável. Por exemplo: se você abater R$ 15 mil em setembro, sua prestação vai diminuir para cerca de R$ 435, uma economia de aproximadamente R$ 130 mensais. Se você tiver condição e disciplina de investir essa diferença, será financeiramente vantajoso. Confira boas opções de investimento em um texto que publicamos nesta semana.

        Mas se você achar que a tentação de gastar esses R$ 130 vai ser grande, e você não vai conseguir investir mensalmente esse valor, o melhor é diminuir o prazo. Nesse caso, você conseguiria abater cerca de 96 parcelas, ou oito anos de dívida.

        Se tiver mais alguma dúvida, entre em contato, será um prazer. Abraço!

  • Boa noite Ewerton!

    Gostei muito do post, por favor, gostaria de saber se eu usar o saldo de FGTS cerca de R$16.000,00 para abater as últimas parcelas é melhor que as primeiras, e se pagar as últimas os juros das primeiras cairia, pois no meu caso 70% de minha parcela atual, R$2.150,00 é somente juros e encargos? Agradeço desde já. Abraços

    • (Mensagem previamente respondida ao leitor, diretamente, via e-mail)

      Prezado Pedro, obrigado pela sua mensagem!

      É muito comum nós ouvirmos as pessoas falarem assim, “abater as últimas parcelas”. Na verdade, não é bem isso que acontece. Na prática, quando você amortiza sua dívida, é como se você estivesse fazendo um novo financiamento, com o novo saldo devedor, a mesma taxa de juros, e precisaria definir se quer diminuir o valor da parcela (mantendo o prazo) ou diminuir o prazo (mantendo o valor da parcela).

      Vamos a um exemplo prático. Fiz uma simulação com valores reais que, evidentemente, são diferentes dos seus. É apenas para você ter uma ideia.

      Suponhamos que seu saldo devedor, hoje, seja de R$ 166 mil, com taxa de juros de 0,83% mensais (10,4% ao ano), sua parcela seja de R$2150 (sendo R$ 1400 de juros) e você ainda tenha 240 prestações pela frente.

      Se você abater R$ 16 mil, seu saldo devedor cairá para R$ 150 mil. A taxa de juros permanecerá a mesma, e o gerente do banco vai te perguntar se você quer diminuir o prazo ou o valor da parcela.

      Se você diminuir o valor da parcela, ela cairá para, aproximadamente, R$ 1950 (sendo R$ 1250 de juros), e o prazo remanescente permanecerá o mesmo: mais 240 meses.

      Se diminuir o prazo, ele cairá para cerca de 180 meses. É por isso que as pessoas costumam dizer que você está “abatendo as últimas parcelas”. O valor da parcela permanecerá o mesmo.

      Se tiver mais alguma dúvida, entre em contato, será um prazer. Abraço!

  • Bom dia!

    Existe alguma fórmula para simular a amortização de um financiamento imobiliário?
    Por exemplo: amortizar o valor X do valor do financiamento (saldo devedor), diminuiria em quanto a minha prestação?

    Abraço!

    • Prezado Felipe, obrigado pela sua mensagem!

      Não é exatamente uma fórmula, mas um conjunto delas. O blog está preparando um comparador, que estará disponível em breve. Enquanto isso, se você quiser, pode mandar as informações do seu financiamento e as dúvidas que você tiver, e nós teremos prazer em avaliar seu caso específico.

      Abraço!

  • Prezado Ewerton,
    Antes de tudo, parabéns pelo blog.
    Tenho um financiamento junto com minha esposa no valor de R$ 180.000, parcelado em 360 meses, restando ainda 335 meses. A prestação inicial foi de R$ 1.776,51, seguro de R$ 50,36, taxa de administração de R$ 25,00 e no início a taxa de juros efetiva reduzida era de 7,8 % ao ano.
    Contudo, sem prestar atenção ao contrato, tinha cancelado o cheque especial e cartão de crédito, logo, cerca de 5 meses atrás o “sistema” alterou a taxa de juro efetivo para 8,85% ao ano. Para voltar à taxa antiga, fui informado pelo banco que preciso esperar 6 meses (falta 1).

    Enfim, tenho R$ 16.000 de FGTS e iria usar para reduzir o prazo do financiamento, mas a crise está crescendo na empresa onde trabalho, logo, acho melhor esperar. Minha esposa tem cerca de R$ 40.000 investidos na poupança.
    Nossas dúvidas: usar parte deste valor dela para reduzir o prazo do financiamento? Ou ao invés disso, aplicar este valor em LCI ou CDB por um prazo de 1 ou 2 anos? Pesquisando vi que reduzir a parcela na maioria das vezes não é vantajoso. Por ora, o valor da prestação não é problema, e se um perder o emprego, o outro consegue pagar a prestação, mas quase não resta nada para investir.
    Obrigado

    • Prezado Anderson, obrigado pela sua mensagem!

      Uma pena esse episódio do aumento da taxa do financiamento por causa do cancelamento do cartão de crédito… Mas, infelizmente, é assim mesmo. Certa vez, um gerente da Caixa me falou que é prudente usar o cartão de crédito pelo menos uma vez a cada dois meses, para evitar o cancelamento automático. É chato, até um pouco revoltante, mas é assim que tem funcionado.

      Quanto ao uso do seu FGTS para amortizar, para mim é complicado opinar. Realmente, caso você perca o emprego, é melhor ter o dinheiro do FGTS livre nas mãos. Mas o risco de isso realmente acontecer só você pode avaliar.

      Quanto ao dinheiro da sua esposa, aí já é mais fácil opinar. Sugiro que vocês retirem o dinheiro da caderneta de poupança e apliquem em um investimento mais rentável, seguro e líquido. Mais rentável e seguro não vai ser difícil encontrar; os CDB, LCI e LCA estão rendendo mais do que a taxa de juros do seu financiamento, e são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC. Você precisa ficar atento é à liquidez, e pesquisar uma aplicação que, além de dar um bom rendimento, não te penalize em caso de saques antecipados.

      Considero essa a melhor opção. Financeiramente, é melhor do que amortizar. E ainda te dá um pouco mais de segurança para passar pela crise.

      Quando você tem um dinheiro livre, o melhor tem sido deixar o dinheiro aplicado. Se for amortizar, a melhor opção realmente é reduzir o prazo, pois gera menos juros, no final das contas. Mas se seu dinheiro estiver no FGTS, a opção financeiramente mais vantajosa – e trabalhosa – tem sido diminuir o valor da parcela e reaplicar a diferença – em vez de gastá-la. Porque, nesse caso, você estará trocando uma “aplicação” que rende 3% + TR, que é o FGTS, por alguma outra mais rentável e líquida. Foi o que eu respondi à Taís e ao Gabriel neste post.Abraço!

  • Prezado Ewerton, Bom Dia!

    Em 2012 comprei em Manaus um apartamento no valor de R$151000,00 com uma entrada de R$70500, sendo R$80500,00 financiado pela CAIXA em 360 meses(30 anos) com uma taxa de juros anual +/-8,9% ao Ano. Veja a seguinte situação comparando Dois meses de 2015:
    MAIO/2015
    R$807,14(Juros:R$524,63+Amortização:R$226,84+Seguros:R$30,67+Tx. Adm.:R$25,00)
    Saldo Devedor Teórico em 13/05/2015:R$73352,33
    AGOSTO/2015
    R$805,48(Juros:R$522,95+Amortização:R$226,84+Seguros:R$30,69+Tx. Adm.:R$25,00)
    Saldo Devedor Teórico em 13/08/2015:R$73116,71

    A minha dúvida é a seguinte: A diferença entre os meses acima é de apenas R$235,62, porém já foram descontados 4 Amortizações de R$226,84(MAIO/JUNHO/JULHO/AGOSTO), totalizando R$907,36.

    • Prezado Antônio Carlos, obrigado pela sua mensagem!

      O que explica o seu saldo devedor ter caído tão pouco é a atualização pela TR. Às vezes dá-se pouca importância à TR, porque ela é um índice aparentemente baixo, tem se mantido inferior a 2% anuais. Mas no financiamento imobiliário, já que o saldo devedor é um valor alto, a correção é relevante. E irritante, né? Veja só: você amortizou mais de R$ 900 e, na prática, o saldo caiu R$ 235. É por isso que, quando me perguntam se vale ou não a pena amortizar, eu sempre recomendo atenção à TR – entre outros fatores.

      Abraço!

  • Bom dia Ewerton;

    Tenho uma dúvida sobre amortização;

    Realizei um Financiamento Habitacional de R$ 77.500,00 (Aproximadamente) há dois anos com Taxa Anual de 4.59% (Efetiva) em 300 meses e a parcela atualmente está em R$ 540,00, sendo que R$ 279,00 Amortização e R$ 261,00 Juros) e o Saldo Devedor está aproximadamente em R$ 69.000,00 (atualmente).
    Tenho em FGTS aproximadamente R$ 11.000,00 (FGTS meu e da minha cônjuge), e estou interessado em utilizar o FGTS para diminuir o valor da parcela ou antecipar.
    Em relação as nossas finanças está “estável” (Não sobra muito).

    Qual a melhor opção?

    Att.,

    • Prezado Gabriel, obrigado pela sua mensagem!

      Vou responder à sua indagação na próxima quarta-feira, em mais um “O gerente responde”. Vou fazer os cálculos, levando em conta outros fatores além do financeiro.

      Abraço!

  • Ewerton, bom dia.

    Minha dúvida é um pouco diferente do tema “amortização”. Ainda nao cheguei na fase de financiamento, meu apartamento foi comprado na planta e será entregue no final de 2016, porém já quitei todo valor até as chaves, restando agora somente o valor a financiar, que está em torno de R$ 320.000,00.
    Minha dúvida é: Por ter um perfil de investimento conservador, minhas economias ficam na poupança. Tendo entre 50 e 100 mil, vale a pena antecipar o valor a financiar?

    Obrigada.

    • Gabriela, boa noite! Obrigado pela sua mensagem.

      Em primeiro lugar, independentemente de você ter ou não um financiamento imobiliário, não aconselho que você deixe seu dinheiro na caderneta de poupança. Há investimentos tão seguros quanto a poupança, com a mesma liquidez e rentabilidade bem melhor. Converse com o gerente da sua conta sobre CDB, LCI, LCA e Tesouro Direto, por exemplo. Compensa até dar uma olhada em outros bancos e em cooperativas de crédito (os RDC das cooperativas às vezes rendem mais que os CDB) e, se for o caso, mudar de instituição financeira.

      Quanto à decisão entre a aplicação e o abatimento do valor a financiar, você precisa comparar o rendimento do investimento e os juros do financiamento. Não se esqueça de que é necessário verificar o valor efetivo, isto é, os rendimentos já descontando o Imposto de Renda, e o financiamento já incluindo as taxas e tarifas.

      Financeiramente, pode ser uma boa você manter ao mesmo tempo a aplicação e o financiamento, caso o rendimento seja maior que os juros. Mas é importante levar em conta também se as condições do financiamento vão ser adequadas para você. Por exemplo, se o valor da prestação não vai te apertar demais. Um pouco de aperto pode até ser positivo, é um convite à disciplina e pode levar ao progresso. Mas muito aperto pode ser um desconforto desnecessário, nesse caso compensa abrir mão da aplicação.

      Abraço!

  • Olá

    Ewerton, eu tenho uma serie de duvidas quanto a amortização de financiamento habitacional e sua viabilidade.
    Para você intender a situação a 3 meses eu comprei uma casa e financiei 49 000 , na minha concepção eu já ganhei um pouco de dinheiro nesta compra pois paguei um total de 59 000 em uma casa avaliada em 80 000.
    Quanto ao financiamento ele foi feito no mome da minha esposa com um prazo de 360 meses pois a renda dela não permitia um financiamento com um valor mas elevado de parcela.
    O financiamento e tem uma de juros de 4,5%, eu estou com o 4º boleto para pagar no valor de 333,50 onde 183,23 são juros e 136,12 e o valor da amortização.
    Como grande parte do meu orçamento no momento já esta comprometida em outras contas, eu gostaria de saber se eu poderia amortizar um valor mensal nas parcelas entre R$ 100 a 200 mensais. Quero abater esse valor no valor da divida.
    Como eu não moro na casa no momento e eu ainda tenho quer reforma-lá para deixar em condições habitáveis, que e algo que vou fazer este mês ainda. Eu estou vendo esta casa como um grande passivo. levando em consideração que eu já paguei R$ 736 de juros em 4 meses, e não ganhei nem 1 centavo.
    Daqui a aproximadamente 2 anos e seis meses eu irei quitar um financiamento de uma casa que comprei a dois anos atras onde eu pago R$ 267 de financiamento e alugo por R$ 250 e só ai já tenho um lucro de aproximadamente 93% sem contar a valorização do imóvel e o preço que paguei que foi um total de 20 000 contando: o total do valor do financiamento recursos próprio que utilizei e mais escritura e dinheiro da reforma, hoje eu acredito que esta casa esteja avaliada em uns 50 000 ou seja mas 150% de lucro.
    Então daqui a 2,6 anos se tudo for como e estou planejando eu pretendo amortizar na prestação desta casa algo que varia de 500 a 1000 por mês. Eu gostaria de saber se isto e possível e se viável, levando em consideração que eu não tenho uma reserva financeira expressiva, o que na minha concepção e algo preocupante levando em consideração a situação econômica do país.
    Mas eu não quero ganhar 0,5 % de juros e pagar 4,5%.
    O que você me aconselha ?

    • Prezado Thales, bom dia! Obrigado pela sua mensagem e parabéns pelas suas conquistas e pelo seu zelo com elas.

      Vou preparar uma resposta completa para você, que será publicada em breve. Para isso, preciso que você me esclareça duas coisas:

      1) Não entendi o que você quis dizer com “pretendo amortizar na prestação desta casa algo que varia de 500 a 1000 por mês”. Seria amortizar o saldo devedor?
      2) Não entendi o que você quis dizer com “não quero ganhar 0,5 % de juros e pagar 4,5%”. Pelo que entendi, seu financiamento é pelo programa Minha Casa Minha Vida, que tem juros de 4,5% ao ano. Mas não entendi a parte do “ganhar 0,5%”.

      Aguardo sua resposta. Enquanto isso já estou elaborando o estudo do seu caso. Abraço!

  • Bom dia Ewerton.

    Tenho um financiamento de 360 meses faltam 314 Amortização de 880.20 R$, Juros de 1.955,55 R$, seguros de 125,14 R$, Administrativo de 25,00 R$, Total de 2985,89 R$ na ultima Parcela e saldo devedor de 276.379,52 R$.

    Uma duvida nos casos de redução do prazo ou do valor das parcelas a quantia aportada diminui o saldo dever certo?

    Tenho 41.000,00 R$ de FGTS após quase 4 anos de financiamento, queria saber se abato o tempo ou diminuo o valor das parcelas, eu gostaria de diminuir o valor das parcelas mas você e mais indicado para a resposta. Leve em conta que a cada 2 anos quero fazer a amortização com o FGTS, que deve ser em torno de 25.000,00 R$. e em no máximo 10 anos quero tentar quitar o financiamento.

    E tenho também uma aplicação de 50.000,00 R$

    Obrigado

    • Gustavo, obrigado pelo seu contato!

      Aliás, MUITO obrigado mesmo, pela mensagem tão rica em informações e pela confiança em nós, e parabéns pelo seu plano tão bem estruturado.

      Já estou aqui me deleitando com tantos números. Pretendo trazer uma resposta completa na próxima quarta feira. Minha impressão é de que, no seu lugar, optaria pela diminuição no valor das parcelas. Mas só vou poder afirmar depois que fizer os cálculos e refletir um pouco sobre a situação real – pois nem só de cálculos vivem as decisões em finanças pessoais.

      É isso. Até breve. Abraço!

      Ewerton

  • Boa tarde
    Tenho um financiamento na caixa economica que fiz em 360 meses, paguei 3 anos.
    tenho uma reserva de 20 mil que está aplicado no LCI, gostaria de saber se vale mais a pena
    mander o valor aplicado ou amortizar as parcelas do crédito imobiliário.
    Obrigada

    • Oi, Raquel! Obrigado pelo seu contato.

      É preciso levar em conta vários fatores para te dar uma resposta precisa:

      -Valor do saldo devedor do financiamento
      -Valor do imóvel
      -Taxa de juros do financiamento
      -Taxa de rendimento da sua aplicação
      -Valores de seguro e taxa de administração do financiamento

      Fiz uma simulação aqui, para te dar uma ideia. Se os valores que eu estimei estiverem muito diferentes da sua realidade, por favor entre em contato novamente, nos fornecendo mais informações, será um prazer.

      Estimei que seu saldo devedor seja de R$ 120 mil, que o valor do imóvel seja R$ 300 mil, que a taxa de juros seja de 0,7%, que o seguro e as taxas custem R$ 90 e que sua aplicação renda 0,85% ao mês. Além disso, considerei a TR de maio, 0,1153%, para todo o período.

      Nessas condições, só vai compensar você amortizar a dívida diminuindo o valor das parcelas mensais caso pretenda quitar o financiamento dentro dos próximos 2 anos e meio.

      Caso você resolva permanecer no financiamento mais tempo, compensa manter o dinheiro aplicado.

      Esta resposta é diferente da que dei para o André, porque o dinheiro dele está aplicado no FGTS, que rende pouco e não tem liquidez. As condições da LCI são mais favoráveis ao aplicador.

      Abraço!

  • Amigo, Boa tarde !!

    Estou com dúvida sobre como vou amortizar meu financiamento imobiliário.

    Tenho 15mil de FGTS vou utilizar para amortizar o financiamento, qual a melhor opção ?

    Usar o valor para antecipar as parcelas, ou amortizar a divida.

    Atualmente minha dívida e de 129mil pago por mês +/- $1400.

    Tenho minhas finanças controladas, e estou pensando em fazer uma reforma na área de lazer da minha casa.

    At.

    André

    • Olá, André! Obrigado pela sua participação.

      Sua dúvida será respondida na nossa coluna “O Gerente responde” da próxima quarta feira.

      Posso adiantar que, de uma forma mais simplista, é mais vantajoso amortizar a dívida (diminuindo o prazo) do que diminuir o valor das parcelas. Isto porque há juros sendo cobrados em cada parcela. Diminuindo o número de parcelas, você diminui sua exposição aos juros.

      Mas na próxima semana eu pretendo responder de forma mais completa, avaliando as duas possibilidades – e, quem sabe, criando uma terceira?

      Abraço!

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